Mesmo com o avanço do projeto de lei (PL) que prevê a privatização da Sabesp, o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ainda pode ter mais um campo de batalha para garantir o sucesso da desestatização da empresa. Na Câmara Municipal de São Paulo, cidade que representa 45% do faturamento da companhia, lideranças têm reclamado da pouca participação no processo, e sinalizado a possibilidade de romper contrato com a empresa caso ela seja, de fato, privatizada.
No período da tarde desta sexta-feira, em entrevista à <i>CNN Brasil</i>, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), negou que exista uma resistência dos vereadores ao processo, mas falou em "premissas para se avançar na privatização".
De acordo com o dirigente municipal, a capital quer a garantia que serão mantidos os repasses de 7,5% de faturamento da companhia ao Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura (FMSAI), "e que os 13% do faturamento seja feito de investimento na cidade".
Somado a esses dois mecanismos, prefeito também defendeu que é necessário a antecipação de investimentos. "Que é o mais importante para a cidade de São Paulo universalizar o saneamento", disse.
Nunes, que vai tentar a reeleição no ano que vem, disse não ser contra a privatização, mas falou na oportunidade de "sentar na mesa e colocar as nossas condições".
Mesmo que o prefeito tenha declarado a ausência de resistência na Câmara Municipal, o presidente da Casa, Milton Leite (União Brasil), criticou pontos da privatização. "Nós não vamos abrir mão dos direitos da cidade de São Paulo", disse o líder a jornalistas na semana passada.
Em um movimento para sinalizar essa insatisfação, vereadores incluíram uma rubrica no Orçamento da cidade para 2024 que prevê a criação de uma empresa municipal de água e coleta de esgoto que poderia substituir a Sabesp.