Esportes

Nuzman vai para sexto mandato no COB, mas pleito pode ser anulado pela Justiça

Presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) desde 1995, Carlos Arthur Nuzman será reeleito nesta terça-feira para seu sexto – e último – mandato à frente da entidade. Ele é o único candidato registrado para o pleito que será realizado na sede do COB, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Nuzman terá como vice Paulo Wanderley Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) e que está sendo preparado para sucedê-lo no comitê a partir de 2020. A reeleição do dirigente, contudo, corre o risco de ser anulada pela Justiça.

Principal opositor de Nuzman, Alaor Azevedo, que preside a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM), chegou a ter duas liminares a seu favor deferidas pela Justiça do Rio. Ele entrou com ação questionando o prazo exigido pelo COB de seis meses de antecedência para o registro de candidaturas. As liminares foram derrubadas em agosto. Agora, Azevedo espera pelo julgamento do mérito da ação.

“O que pode acontecer é o juiz julgar o mérito procedente e anular os efeitos da votação. É a nossa aposta do momento”, afirmou Azevedo. O presidente da CBTM irá ao COB nesta terça para participar da assembleia que reconduzirá Nuzman à presidência.

Caso o novo mandato de Nuzman seja referendado pela Justiça, o dirigente poderá completar 25 anos à frente do COB. Para isso, bastará concluir o próximo quadriênio. Em 2020, o dirigente não poderá mais concorrer porque uma lei sancionada em 2013 pela ex-presidente Dilma Rousseff proibiu a reeleição à presidência de entidades esportivas por mais de duas vezes.

É possível, no entanto, que Nuzman se licencie do cargo antes do fim do próximo mandato e abra espaço para Paulo Wanderley. Isso porque o atual presidente – que dirige também o Comitê Rio-2016 – almeja assumir o comando da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa), entidade que rege o esporte no continente.

OPOSIÇÃO – Alaor Azevedo diz que a gestão do COB é “ineficiente” e criticou os resultados nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, quando o Brasil terminou a competição na 13ª colocação na soma de medalhas – a meta estabelecida pelo próprio comitê era ficar entre os dez melhores.

“Mesmo que tenha sido a melhor campanha do Brasil, com todos os recursos financeiros do COB, a maior parte de dinheiro público, os resultados foram muito ruins. Eu diria até que foram pífios”, criticou Azevedo. “Eles estabeleceram a meta de ficar entre os dez melhores sem consultar nenhuma confederação – como, aliás, sempre fazem. Eu diria que 90% das decisões vem de cima, prontas. O COB não debate com as confederações.”

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