O âmbar é uma resina fóssil de árvores que vicejaram em regiões de clima temperado, e, em plantas leguminosas, nas zonas tropicais. Já no período geológico chamado antigamente de terciário, iniciado há 65 milhões de anos.
A resina protegia as árvores contra a ação das bactérias e o ataque de insetos. Os quais, sem a presença dela, perfuravam as cascas até atingir o cerne das árvores.
A resina, quando saía da madeira, perdia o ar e a água de seu interior. E, com o passar de milênios, suas substâncias orgânicas acabavam endurecendo, tornando-a resistente ao tempo e à água. Por isto, o âmbar é considerado como um mineralóide de origem orgânica. Lapidado e polido, era embutido em jóias, na Europa, e, usado como pedra preciosa.
A beleza da sua cor amarelada, frequentemente, é intensificada pelo que contém o seu interior: surpreendentes formas criadas pelos organismos minúsculos, presos dentro do âmbar no momento da exudação. Isto é, quando a resina original perdeu a água que continha e passou a ser constituída apenas por uma pasta, mais tarde, endurecida. Estes organismos minúsculos são espécimes vegetais, insetos, aranhas, crustáceos etc.
Com a venda do âmbar os jesuítas que viveram na Amazônia nos anos de 1600 e 1700 não teriam obtido todos os recursos aplicados em suas construções, como a do majestoso conjunto arquitetônico de Santo Alexandre, em Belém, inaugurado em 1720. Mas ele era um item de uma extensa relação de produtos como cacau, baunilha, salsaparrilha, que, após os milhares de índios das aldeias administradas pela Companhia de Jesus coletarem na floresta amazônica, eram comercializados pela ordem religiosa Muitos daqueles índios coletores provinham também das gigantescas fazendas na Ilha do Marajó pertencentes aos religiosos.
Na sua obra História da Companhia de Jesus no Brasil, o jesuíta Serafim Leite admitiu: para o conjunto arquitetônico de Belém, “refluía toda a vida material e econômica das aldeias e missões espalhadas pelo sertão, desde (a região do) Salgado, à beira-mar, até o Amazonas, de rio em rio, até ao Madeira e Javarí”.