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O Beijo do Vampiro é boa oportunidade para rever Tarcísio Meira

"Tarcísio Meira é o nosso Sean Connery", dizia o diretor de O Beijo do Vampiro, Marcos Paulo, durante as gravações da novela das 7 que foi ao ar há 20 anos e está de volta nesta segunda-feira, 5, no catálogo do Globoplay. É uma boa chance para rever um dos maiores atores da história da televisão brasileira, que morreu em agosto do ano passado – ainda que num papel pouco convencional.

Na trama, muitos personagens se caracterizavam com maquiagem carregada, lentes de contato, dentes postiços (com os caninos pontiagudos) e até armaduras medievais para entrar no clima. Tarcísio vivia Bóris Vladesco, o principal vampiro da história, que tinha quase 800 anos e ares de vilão elitista – ao mesmo tempo que era sedutor com as mulheres e bem-humorado em diversas situações. A trama ultrapassava os séculos, e, nos dias modernos, Tarcísio vivia Igor Pivomar, empresário voltado ao licenciamento de produtos relacionados a vampiros.

<b>O vampirão de Tarcísio</b>

"O Bóris não é um galã no sentido convencional. Ele é um vampirão mal, com múltiplas facetas. É um pouco carente, tem uma entourage e sai pouco de seu cenário, mas é muito engraçado. Foi por isso que quis fazê-lo", destacava o veterano ator ao <i>Estadão</i> pouco antes da estreia, em 2002.

Tarcísio aproveitou a ocasião para refletir sobre aspectos da profissão: "em novela, a gente nunca sabe o destino e a personalidade de um personagem. É fascinante porque o personagem surge no desenrolar da história. É o grande desafio do ator de novela brasileira: aqui, o personagem está sempre no começo. Só fica pronto no último capítulo. Nunca sabemos os caminhos que o personagem vai percorrer. Isso é fascinante, porque sabe-se o passado, mas nunca o futuro daquela pessoa que você está representando".

Mas fica o aviso: com caras e bocas e efeitos especiais cabíveis a uma novela de 20 anos atrás, algumas cenas podem ter um ar "tosco" para quem não é fã de fantasia.

O Beijo do Vampiro foi exibido no horário da novela das 7, entre 26 de agosto de 2002 e 3 de maio de 2003. A obra foi escrita por Antonio Calmon, autor de Vamp, que tinha temática semelhante. Antes da estreia, relembrava: "Vamp era uma chanchada, que virou cult, mas não ganhou a dona de casa, que é quem decide o sucesso na televisão".

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