Opinião

O caminho está claro. Falta a prática

A grandeza de uma nação não é medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), mas pelo que faz pelas suas crianças e adolescentes. Esta foi o discurso levado pela presidnete Dilma Rousseff na abertura da 9ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente, diante de uma plateia formada na maioria, por adolescentes. “O Brasil durante muito tempo conviveu com uma situação lamentável e terrível, ser um país com tantas riquezas, formado por um povo tão solidário, mas que uma parte imensa da sua população estava afastada dos direitos e, sobretudo, dos benefícios dessas riquezas e de tudo que esse país pode produzir”, afirmou.


Porém, os discursos esbarram nas práticas e – mais uma vez – se encaminharam para o campo das promessas. A presidente fez referências a programas do governo federal, como o Brasil Carinhoso e o Bolsa Família, prometendo aumentar – até o final de 2014 – de 33 mil para 60 mil o número de escolas de ensino fundamental e médio que tenham dois turnos. Contraditoriamente, seu ministro da Fazendo, Guido Mantega, lidera uma frente dentro do governo que trabalha para impedir o aumento do repasses para a educação fundamental. Para o senador Cristóvão Buarque, um dos maiores defensores da educação no país, muito melhor que todos esses discursos seria a federalização do ensino básico e o estabelecimento de 10% do PIB para a área, tese exorcizada pela equipe econômica.


Ainda em seu discurso, Dilma falou que o Brasil “só será um país desenvolvido quando todas as crianças e seus jovens tiverem acesso à educação de qualidade”, afirmou. “Lugar de criança e adolescente é na creche e na escola, num ambiente seguro, é nas escolas técnicas, é nos campos esportivos é em todas as manifestações artísticas, é sobretudo em um ambiente seguro, livre da miséria, da violência e dos abusos.”


Diante das sábias palavras da presidente, fica evidente que ela sabe o caminho. Precisa então convencer sua própria equipe que este é o caminho a seguir. Não fazendo isso, ficará apenas prometendo, discursando e sendo aplaudida – justamente – por uma platéia cujo acesso à educação segue bastante deficitário.

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