Cidades

O futuro da empresa depende do planejamento financeiro

Você deve conhecer alguém que gasta sem saber exatamente quanto, vive pendurado no cheque especial e no cartão de crédito. Em alguns casos, a pessoa está nessa situação não porque falta dinheiro, mas por não ter a mínima organização ou planejamento com as finanças. Existem empresários que conduzem seus negócios dessa mesma forma, colocando o empreendimento em risco permanente. E quem nada perto da hélice, uma hora acaba se machucando.
 
 
 
O planejamento financeiro é vital para o sucesso de qualquer empresa. Trata-se de assunto amplo e não há como esgotá-lo aqui. Porém, alguns princípios básicos devem ser observados.
 
Há quem diga que o planejado nunca se concretiza e o trabalho é inútil. No entanto, planejar significa antever situações positivas e negativas. A ideia é fazer os ajustes diante das variáveis controláveis – que são os fatores internos como recursos humanos, produção, marketing, entre outros – e das não controláveis – fatores externos como mercado, legislação, concorrência, etc.
 
 
Comece fazendo um acompanhamento rigoroso do fluxo de caixa, ou seja, registrando diariamente todo o dinheiro que entra e sai. Faça projeções para um, dois meses, assim poderá saber como estão as contas a pagar e receber. Você descobre quais as exigências futuras e pensa nas medidas cabíveis (regulação de estoque, reduzir ou aumentar compras, provisão para inadimplência, por exemplo). Ajuda até a calcular o preço do seu produto ou serviço. A conclusão pode ser que há necessidade de recorrer a um empréstimo (mas só o faça se tiver certeza de que poderá quitá-lo).
 
Levante todos os números do negócio e faça comparações de um mês com o mês antecedente e com igual período do ano anterior. Inclua vendas, estoques, custos, patrimônio e tudo o que puder ser mensurado e transformado em indicador. Com essa análise você descobre o comportamento do seu empreendimento e do mercado.
 
 
 
Para reforçar, jamais descumpra a “cláusula pétrea” da boa gestão: separe contas pessoais das da empresa. Não há negócio bem estruturado quando o caixa e a carteira do empreendedor se confundem. Organize-se e evite problemas.
 
 
 
Bruno Caetano é diretor superintendente do Sebrae-SP

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