Se você não consegue compreender textos próprios do seu grau de estudo, não entende direito o que o professor fala, assiste a uma palestra de duas horas que todos consideram importante e não entende nada.
Tenta mas não consegue ler um livro que seus colegas curtiram muito e já e um sucesso entre os de sua idade, assiste a um filme e demora pra compreender a trama, você tem uma deficiência intelectual estudada no mundo todo e que tem o nome icônico de analfabetismo funcional. Saber ler e escrever não garante que você vá conseguir terminar o terceiro grau.
Na faculdade tudo funciona muito diferente. A livre cátedra exercida pelos professores exigirá de você um empenho extra. Se Você se acostumou mal no ensino médio não da pra mudar de atitude assim de uma hora pra outra. Os seus professores e professoras só querem o melhor futuro para você. Hoje em dia o diploma do ensino médio e muito pouco e, pasmem: menos de 10 por cento da população conseguem terminar o terceiro grau.
Quando seu professor pede pra você escrever um texto à caneta, de uma pagina e meia o objetivo e fazer com que você tenha os seus neurônios desenvolvidos por conexões importantes que vão sofisticar a sua maneira de pensar e só assim viabilizar a saída desta problemática do analfabetismo funcional. Que não é culpa sua, mas te limita muito se não for combatido constantemente. Sorrir e brincar quando nos deparamos com a nossa incapacidade de se organizar e construir em grupo, ou quando damos de ombros para o desemprego, as falcatruas políticas, a honestidade ou a negligencia para com as relações familiares ou com a sua formação escolar é o sinal mais evidente de analfabetismo funcional.
Quem tem esta deficiência intelectual não sabe distinguir o que realmente tem importância, perde a capacidade de escolher bem, inclusive os seus representantes, as duvidas são uma constante na vida destes jovens e, por não saber relacionar um assunto com o outro desenvolvem facilmente a tendência e ficar sempre paralisado frente a problemas ate triviais da vida. Precisamos combater juntos tudo isto.
Ari Carlos da Rocha é sociólogo e professor em Guarulhos.