No segundo ato de campanha em São Paulo neste sábado (24), o candidato do PT a Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, relembrou sua trajetória política, criticou a Lava-Jato, e agradeceu sua militância. Repetindo diversas críticas ao governo, o ex-presidente se desculpou por, em alguns momentos, se exaltar. "Eu estou falando bravo, mas o lulinha que vai governar é o lulinha paz e amor", declarou.
No ato, o petista continuou a se comprometer com o fim dos decretos que facilitaram o acesso às armas de fogo e com uma reforma trabalhista que escute trabalhadores e empresários. Segundo o candidato, ele vai acabar com o "bico". "Esse País não pode continuar assim", disse.
"Resolvi encarar outra campanha porque o povo não merece passar o que está passando", continuou. Além dos temas econômicos, Lula voltou a responsabilizar o atual chefe do Executivo por pelo menos 400 mil mortes por Covid-19 no País.
Sobre os decretos que facilitaram o acesso às armas de fogo, o petista disse não ter nada contra o produtor rural que queira ter uma arma, mas repetiu que o foco do governo deve ser na compra de materiais didáticos. O petista também afirmou que está em seus planos acabar com os sigilos decretados pelo presidente em diversos temas sensíveis ao Executivo. "Ele vai ver se é ladrão ou não quando eu tomar posse e acabar com esse sigilo ", disse.
Em Itaquera, Lula lembrou de sua atuação como líder sindical, e fez uma correlação entre sua prisão em 1980, com o objetivo de parar uma greve, com a de 2018, quando foi preso e não pode concorrer à presidência da República. Segundo Lula, nas últimas eleições "armaram um conjunto de mentiras" contra ele.
Corrigindo sua esposa, Rosangela Silva, a Janja, que, no início do comício, tinha dito que o último ato da campanha do petista seria no dia 26, Lula brincou. "O que vou fazer até o dia 2? Meu último ato vai ser esperar abrir as urnas e a gente comemorar a nossa vitória no dia 1°."
Nesta manhã, o candidato cumpriu agenda em Grajaú, no extremo sul da capital paulista. No ato, o petista acusou a campanha de Jair Bolsonaro (PL) de incentivar a abstenção nas eleições e tentar esvaziar a ida às urnas como estratégia política.
As críticas de Lula à suposta estratégia de Bolsonaro vêm em um momento em que a campanha do petista intensifica o trabalho para atrair o chamado "voto útil" e garantir uma vitória ainda no primeiro turno.
Lula não compareceu ao segundo debate com os candidatos à Presidência da República, realizado neste noite.