A vida é marcada por escolhas. Quando nós observamos certa situação, cada um enxerga o lado com o qual mais se identifica. Nós podemos optar pela análise crítica ou pela valorização do que é belo.
Nem sempre é tão óbvio o melhor ângulo da questão, mas vale a sua busca incessante. Em sua obra “Como fazer amigos e influenciar pessoas”, o escritor norte-americano Dale Carnegie (1888-1955) orientou: ‘Seja caloroso em sua aprovação e generoso em seu elogio’.
O fato de alguém ser merecedor de um elogio sincero cria alegria momentânea em quem recebeu as boas palavras. Contudo, maior valor tem quem elogiou, pois faz residir em seu íntimo aquilo que enalteceu em seu semelhante. O mérito, portanto, é maior para quem elogia.
Conta-se a história de um quarto de hospital, onde havia vários ‘hóspedes’. Apenas um, porém, estava próxima à janela. Todos lhe perguntavam o que era possível observar. Atencioso, ele se esforçava para oferecer riqueza de detalhes sobre o dia ensolarado, as pessoas que passeavam alegremente, as crianças que brincavam em parque próximo…
Dias depois o homem da janela terminou, serenamente, a sua missão terrena. Por algum tempo aquele leito ficou vago. Até que o silêncio foi rompido por um paciente, que pediu para ser deslocado para lá, a fim de se deliciar com o quadro que desenhara na mente.
Foi imensa a sua surpresa quando, ao olhar pela janela, deparou com uma parede suja, com tijolos à mostra. "Meu Deus, como aquele homem podia ver tamanha beleza onde tão-somente existem tijolos e poeira?". O enfermeiro lhe respondeu: "Ele não podia ver coisa alguma, porque na verdade ele era cego".
Tudo depende do ponto de vista. Mil pessoas podem testemunhar um fato; mil versões podem ser criadas. Contudo, não importa para onde você esteja indo, a bússola apontará sempre para o norte geográfico. Ou seja, a melhor visão prevalecerá.
José Augusto Pinheiro é jornalista guarulhense
