Há uma semana, o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis se reuniu com a presidenta Dilma e o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, para tratar de projetos envolvendo a ampliação do ensino científico no Brasil. O encontro foi extremamente importante, uma vez que Nicolelis é considerado um dos 20 cientistas mais influentes do planeta na atualidade.
A discussão girou em torno da necessidade de investimentos em pesquisas, como uma forma de atrair cientistas estrangeiros ao nosso País. O estabelecimento de uma estratégia nacional em torno do tema também permitirá resgatar o Brasil de um infeliz período em que nossos pesquisadores foram obrigados a sair do País por falta de apoio governamental, especialmente no governo FHC, quando institutos de pesquisa respeitados foram fechados pela falta de investimentos.
A situação pode ser revertida graças à crise econômica que afeta os EUA e a Europa, que tem levado muitos cientistas a deixar centros de excelência estrangeiros em busca de melhores oportunidades. Como lembrou o ministro Mercadante, só a Nasa – a Agência Espacial Americana – perdeu quase quatro mil pesquisadores nos últimos anos. O Brasil tem que se aproveitar do momento de crescimento econômico e social para trazer esses “cérebros” para cá.
Mercadante já adiantou que o Governo Federal vai abrir vagas para os estrangeiros nas universidades de ponta, ao mesmo tempo em que enviará 75 mil acadêmicos brasileiros ao exterior para aprofundar os estudos em centros de ciência avançado. Esse é um grande salto para o Brasil, e o apoio de Nicolelis só fortalece o grau de credibilidade dos projetos.
O renomado cientista brasileiro aproveitou a oportunidade para apresentar dois de seus projetos à presidenta. O “Escola Sem Fronteiras” pretende levar ensino científico a crianças e jovens da América do Sul, e o “Andar de Novo” realiza revolucionárias pesquisas neurotecnológicas para desenvolver equipamentos comandados pelo cérebro para ajudar pacientes com paralisia física.
O momento é excelente para que Guarulhos, que tem um dos dez maiores PIBs do País, una forças dos mais diversos segmentos da sociedade para reivindicar a instalação de novos campi universitários, com apoio dos governos federal e estadual. A concretização de projetos desse tipo elevaria ainda mais o potencial da nossa região e do nosso País. Mais que isso: fortaleceria nossas esperanças no papel a ser ocupado pelo Brasil em um futuro próximo no cenário mundial.
José Luiz Guimarães
Vereador (PT) e líder do Governo na Câmara. Escreve às quintas-feiras nesta coluna