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O Pit Bull

Hoje resolvi abordar uma raça canina em separado, visto que ela está na mídia há alguns anos e sempre de uma forma negativa: o Pit Bull. Já atendi centenas de Pit Bulls nesses anos, auscultei, apliquei injeções, palpei, examinei e nunca fui mordido ou sequer atacado. Quando são fêmeas, são ainda mais dóceis, tranquilas e muito apegadas aos donos. Os machos, geralmente, são mais agitados e mais estabanados.

Porém, é inegável que muitas pessoas já foram mordidas por Pit Bulls e várias faleceram, inclusive crianças. O que muitas pessoas não levam em consideração é a forma com que o ataque ocorre; geralmente são proprietários de animais menores que foram atacados pelos Pit Bulls ou pessoas que foram separar brigas.

Devido ao instinto, a raça não suporta nem aceita outros animais, a não ser os adestrados ou criados desde filhotes com outros cães. São animais que, desde a sua origem, foram criados para aceitar apenas a companhia humana.

O que muitos não sabem é que, em termos estatísticos, o índice de pessoas mordidas por Pit Bulls não chega a 1% do número de pessoas mordidas e atacadas por outras raças. Talvez seja até menor que o número de pessoas atacadas por Poodles, Pinschers e Cockers. A grande diferença é que ninguém morre por uma mordida destes cães de menor porte, enquanto o Pit Bull tem força para arrastar um carro, consequentemente, derruba uma pessoa fácil.

O grande problema ocorrido com a raça foi a ambição dos criadores antigos (e de alguns "criadores" de hoje) em se obter animais mais atléticos e mais agressivos, selecionando e cruzando entre si animais de gênio e físico forte.

Nos últimos anos, os Centros de Controle de Zoonoses estão sempre superlotados de Pit Bulls, a maioria recolhidos nas ruas por abandono; a grande maioria dócil, mas que proprietários com medo do que ouviram falar, soltaram na rua para tentar ‘proteger a sua família. Até o ano de 2009, milhares já foram cruelmente sacrificados e muitos, por serem apenas a raça mais temida da moda.

Apesar de leis que transitam para impedir a procriação da raça, é necessário ter coerência na escolha de uma raça, sendo que é fácil perceber que um Pit Bull não é um cão para qualquer pessoa ter em casa, assim como Rottweiler, Fila Brasileiro, Mastim e etc.

Por isso, se você tem vontade em ter um Pit Bull, pense direito, estude a raça e saiba como criar. Tomando o devido cuidado, você terá em casa um grande amigo e o mais importante, um dos mais fiéis!

Rafael Claro Marques (CRMV-SP 18.849) é médico veterinário e pós-graduado em Clínica Médica de Pequenos Animais [email protected]

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