Não há dúvida que a Internet é uma das mais importantes invenções da nossa história. Foi entre os anos de 50 e 60, durante a Guerra Fria, que os americanos se debruçaram no desenvolvimento de um sistema de processamento de informações que funcionasse de forma integrada em diferentes pontos do planeta. Essas experiências resultaram na internet que conhecemos atualmente. Recentemente, o aumento dos serviços disponibilizados na web ampliou o acesso à informação que, aos poucos, também com a ajuda das redes sociais, mudou o comportamento da sociedade.
Um exemplo recente da influência deste meio ocorreu na política, com a mobilização da população de vários países em torno de movimentos pró-democracia e na definição de novos atores no cenário. É o caso dos atos que derrubaram o presidente do Egito e da mobilização que influenciou as eleições na Espanha. Há alguns dias, o coordenador de comunicação da campanha vitoriosa de Ollanta Humala, no Peru, também destacou o a importância das redes sociais na formação do voto em favor do candidato.
No Brasil, a situação não é diferente. Somente neste ano, já foi realizado um “mamaço”, organizado por mulheres em defesa da amamentação em locais públicos, e o “churrasco da galera diferenciada”, um protesto contra parte de moradores de um bairro paulistano que se opunham a uma estação de metrô no local.
Para ampliar o acesso da população à internet, o Governo Federal elaborou um projeto para criação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). A medida vai de encontro à intenção da presidenta Dilma Rousseff de facilitar a compra do computador e deve contribuir para impulsionar o desenvolvimento econômico e regional. Com certeza, essas ações devem trazer maiores transformações na transmissão da informação e na formação de opinião.
Nem tudo, porém, é um mar de rosas. Ainda precisamos de uma legislação que proteja a privacidade dos usuários da internet, para garantir a pluralidade e troca de informações sem censura, mas que também garanta um maior combate aos crimes cibernéticos.
Só assim poderemos evitar invasões de sites e de e-mails, como as que ocorreram na última semana. Espero que esses crimes não tenham motivação política, servindo para a venda de informações sigilosas a esse ou aquele partido. Nesses casos, é urgente a punição aos responsáveis por atos deste tipo, assim como aos que usam a web para crimes como pedofilia e racismo.
José Luiz Guimarães
Vereador (PT) e líder do Governo na Câmara. Escreve às quintas-feiras nesta coluna