Estadão

O que dizem os alvos da operação da PF que investiga a tentativa de golpe

Os alvos da operação da Polícia Federal que investiga uma tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito começaram a se manifestar por meio de advogados. Eles afirmam que os investigados vão cumprir as determinações impostas pela Justiça, mas que ainda não tiveram acesso às investigações para saber o que pesa contra cada um deles.

Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foram expedidos quatro mandados de prisão, 33 mandados de busca e apreensão e 48 medidas cautelares diversas da prisão.

<b>Jair Bolsonaro</b>

O advogado Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo de Jair Bolsonaro, não fez comentários sobre o teor das alegações policiais, mas afirmou que o ex-presidente vai cumprir a determinação de entregar o passaporte.

"Em cumprimento às decisões de hoje, o presidente Jair Bolsonaro entregará o passaporte às autoridades competentes. Já determinou que seu auxiliar direto, que foi alvo da mesma decisão, que se encontrava em Mambucaba, retorne para sua casa em Brasília, atendendo a ordem de não manter contato com os demais investigados", disse, nas redes sociais.

<b>Filipe Martins</b>

A investigação aponta participação direta de Filipe Martins na elaboração de uma "minuta do golpe". Em nota, a defesa dele afirmou que ainda não teve acesso à íntegra da investigação. "O advogado de Filipe Martins, João Vinícius Manssur, alega que não teve acesso à decisão que fundamentou as medidas e que já solicitou o acesso integral dos autos para estudo e posterior manifestação."

<b>Marcelo Câmara</b>

O advogado do coronel Marcelo Câmara, Eduardo Kuntz, afirmou que está a caminho de Brasília para tratar do caso e que ainda não teve acesso ao processo. O militar é apontado como integrante do núcleo que alimentava Bolsonaro com informações que o ajudariam a consumar o golpe de estado.

"Já fiz uma petição eletrônica pedindo acesso e espero que não tenha dificuldades para acessar os autos desta vez. Meu cliente está preso e ter cesso aos autos é fundamental para que possamos tomar as providências cabíveis", afirmou.

<b>Tercio Arnaud</b>

Kuntz também é advogado de Tércio Arnaud, que estava com Bolsonaro no Rio de Janeiro quando a operação foi deflagrada. Ex-assessor especial da Presidência, ele é apontado como um dos principais nomes do "gabinete do ódio" e integrante do "núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral".

"Com relação ao Tercio, também já fiz o pedido de acesso e orientei para que voltasse para Brasília, evitando contato com os demais investigados. Importante que tenhamos acesso e possamos identificar as pessoas com as quais o ministro Alexandre não deseja que ele se comunique", disse.

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