Ao analisar dados do telescópio James Webb, pesquisadores encontraram três galáxias em formação. Os achados são de quando o Universo tinha entre 400 e 600 milhões de anos, sendo que hoje ele tem 13,8 bilhões de anos.
O telescópio detectou uma quantidade incomum de gás denso ao redor dessas galáxias. Os pesquisadores suspeitam que se trate de hidrogênio e hélio, os primeiros componentes do Universo. Provavelmente, os dois gases irão funcionar como combustível para a formação de novas estrelas nas galáxias.
"Nós estamos nos afastando da imagem de galáxias como ecossistemas isolados. Nesse estágio da história do Universo, galáxias eram intimamente conectadas ao meio intergaláctico com filamentos e estruturas de gás puro", afirma a coautora do estudo Simone Nielsen, pós-doutoranda no Centro de Amanhecer Cósmico (DAWN) da Universidade de Copenhague.
Dados obtidos pelo James Webb mostram que a luz das galáxias está sendo absorvida por grandes quantidades de gás hidrogênio neutro. Isso sugere que o gás está se agrupando em galáxias. Ele continuará a esfriar e se aglutinar para formar estrelas. As conclusões foram publicadas na revista Science em 23 de maio de 2024.
Nas primeiras centenas de milhões de anos depois do Big Bang, os gases do Universo eram opacos. Eles só se tornaram transparentes um bilhão de anos após a grande expansão. As estrelas tiveram um papel importante nesse processo por contribuírem com o aquecimento e ionização dos gases ao redor delas.
A grande reserva de gás das galáxias também indica que elas ainda não tiveram tempo suficiente para formar a maioria de suas estrelas.
Ainda restam várias perguntas a serem respondidas. Não se sabe especificamente onde está o gás; quanto dele está perto do centro das galáxias e nas suas periferias; se o gás está em sua forma pura ou se já foi povoado por elementos pesados.
O próximo passo dos cientistas será construir grandes amostras de galáxias para verificar em detalhes a prevalência e a proeminência de algumas de suas características.