O total de mortos depois que um forte terremoto atingiu o centro do Marrocos chegou a 1.037, segundo o Ministério do Interior do país.
O sismo — de magnitude 6,8 — fez com que as pessoas corressem para as ruas de Marrakech e de outras cidades próximas.
Um tremor secundário, de magnitude 4,9, foi sentido 19 minutos depois.
Muitas das mortes ocorreram em áreas montanhosas de difícil acesso. Há também o registro de 1.200 feridos, muitas delas em estado grave, e relatos de pessoas presas em escombros.
O terremoto ocorreu pouco depois das 23 horas, no horário local (19h de Brasília), a uma profundidade relativamente rasa, a cerca de 71 km a sudoeste de Marrakech, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos.
Pelas informações disponíveis até o momento, Marrakech parece ter sido duramente atingida. O coração histórico da cidade é um patrimônio mundial da Unesco.
Vídeos não verificados no X (antigo Twitter) mostram edifícios danificados, outras construções balançando e ruas cobertas de escombros.
Pessoas foram vistas correndo alarmadas e algumas andando em meio a nuvens de poeira.
Alguns edifícios da cidade velha de Marrakech ruíram, disse um morador à agência de notícias Reuters.
Maior terremoto em décadas
O Marrocos já testemunhou alguns fortes terremotos no passado, incluindo um em 2004.
Há 19 anos, um terremoto atingiu a cidade de Al Hoceima, no nordeste de Marrocos, e matou 628 pessoas.
Em 1960, o terremoto de Agadir matou 12 mil pessoas.
Esses números dão indicação da escala de vítimas que poderemos ver no terremoto que ocorreu na última sexta.
Segundo Jonathan Aman, repórter de ciência da BBC News, poucos terremotos de magnitude 6,8 eram esperados para este ano e não no Marrocos.
A maioria da atividade tectônica nessa região ocorre no Mediterrâneo, e em direção à Turquia, que sofreu um violente terremoto no começo deste ano.
A surpresa traz consequências pela falta de uma preparação adequada a esse tipo de evento.
Líderes mundiais prestam solidariedade
Líderes de diversos países enviaram mensagens de condolência depois de receber a notícia da tragédia.
O presidente francês, Emmanuel Macron, diz estar “devastado” com a notícia e acrescentou que o seu país está pronto para ajudar com esforços de socorro.
Vladimir Putin afirmou que a Rússia partilhava “a dor e o luto do amigo povo marroquino”.
Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, enviou as “mais profundas condolências” a Marrocos.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, escreveu no X, antigo Twitter: “Toda a minha solidariedade e apoio ao povo de Marrocos após este terrível terremoto”.
O turco Recep Tayyip Erdogan, cujo país foi atingido por um trágico sismo no início deste ano, declarou que estava pronto para oferecer ajuda.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, “deu instruções para fornecer toda a assistência necessária ao povo marroquino”, segundo um comunicado de imprensa do seu gabinete.
E a União Africana expressou a sua “grande dor” pelas “consequências trágicas” do terremoto.
BBC