Diferente do que ocorria em campanhas passadas, quando não havia um controle tão rígido do Tribunal Superior Eleitoral, alguns candidatos a prefeito de Guarulhos poderão ser surpreendidos na hora de justificar os gastos que já vêm fazendo desde o início da campanha, no último dia 16. Tudo deve ser registrado no site do TSE. A informatização impedirá os famosos “jeitinhos” na hora de prestar contas. Quem não estiver na linha terá muita dor de cabeça.
Sob investigação
Segundo informou o jornal Folha de S.Paulo ontem, “policiais federais e analistas do TSE já iniciaram investigações preliminares de doações eleitorais feitas a candidatos a prefeito e vereador. A lei deixa claro que as campanhas terão até 72 horas para informar à Justiça Eleitoral que receberam recursos e de quem. Quando houver indício de irregularidade, o pente-fino renderá inquéritos imediatos — antes, eles só eram abertos ao final das eleições. PF e técnicos do tribunal cruzarão dados dos doadores para identificar as movimentações suspeitas”.
Cuidado com o (a) PF
Candidatos que já participaram de eleições anteriores e tinham facilidade para obter patrocínios, inclusive empreiteiras investigadas na Lava Jato (pelo menos três candidatos a prefeito já receberam recursos de empresas como UTC, Odebrecht, OAS e Camargo Correa), precisam colocar as barbas de molho. Não adianta ter dinheiro. Precisa que ele seja justificado. Quem acredita que dá para usar o famoso PF (por fora) corre o risco de ser pego pela PF (Polícia Federal).
Debaixo do colchão.
Na relação de bens declarados à Justiça Eleitoral, chama a atenção candidatos que informaram terem dinheiro em espécie guardado. Wagner Freitas (PTB) diz ter R$ 420 mil e Guti (PSB) R$ 100 mil em moeda corrente. O vice de Guti, Alexandre Zeitune (Rede), informa R$ 50 mil em moeda estrangeira. Já a vice de Jorge Wilson (PRB), Adriana Afonso, tomou mais cuidados. Declarou R$ 1 milhão em aplicações de curto prazo.
Na corrida
No mesmo dia que descobriu que seu nome não constava da lista do TSE como candidato à reeleição em Guarulhos, o vereador Alexandre Dentista (PSDC) conseguiu resolver o problema, que alega ter sido apenas técnico. Ontem, ele já figurava entre os habilitados à disputa.