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O sindicalismo ontem e hoje

Dia 11 de março, as Centrais Sindicais se reuniram em Brasília com a presidente Dilma Rousseff, com quem trataram de uma espécie de grupo de trabalho que se reunirá periodicamente, a fim de encaminhar a pauta trabalhista junto ao governo e ao Congresso Nacional.


No dia 24 de março, em evento comemorativo dos seus 20 anos, a Força Sindical reuniu em São Paulo um ministro de Estado, o governador de São Paulo, o prefeito da Capital, o presidente da Câmara de Deputados e outros políticos, de diversos partidos. Nesse evento, o governo federal formalizou o grupo de trabalho discutido com a presidente Dilma dias antes.


Nesta terça, 29, as Centrais foram recebidas em Brasília pelo ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, buscando firmar uma espécie de protocolo para as relações e condições de trabalho nos canteiros de obras do PAC. Criou-se uma comissão tripartite – governo, empreiteiras e sindicalistas – que vai traçar o modelo desse protocolo.


O que esses três fatos, em meio a tantos outros, mostram? Mostram, para usar uma expressão em moda, “o protagonismo” do movimento sindical, ou seja, a presença real e reconhecida do sindicalismo na vida nacional, levando sua contribuição para o aperfeiçoamento das relações capital-trabalho e da própria democracia.


É bom deixar claro que essa é uma condição nossa, específica do movimento sindical brasileiro, conquistada após décadas de lutas, mobilizações, articulações e também por força, é inegável, de termos ajudado a eleger um trabalhador presidente da República.



Conto tudo isso porque se aproxima o 1º de abril, data do golpe de 1964, que usou como um dos pretextos para derrubar o presidente Jango uma fantasiosa “república sindicalista”, que nunca existiu em nossa história.


O que havia na época, guardadas as devidas diferenças de tempo, era um esforço das entidades trabalhistas de abrir mais espaço na vida social, econômica e política do Brasil. Como, aliás, existe hoje, como mostram os três eventos que mencionei acima.


Quando olhamos para trás verificamos que o Brasil mudou e melhorou muito nesses 47 anos. Mas não é para trás que devemos olhar, e sim para a frente, para o futuro, porque é essa construção de um mundo melhor que nos une e deve mobilizar nossas energias.


E o sindicalismo, hoje, como ontem, continuará a dar sua contribuição, exigindo respeito e o espaço a que tem direito em nossa Pátria.


 


José Pereira dos Santos


Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região


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