O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, planeja apresentar na quarta-feira os passos específicos que os EUA tomarão com seus aliados para derrotar os militantes islâmicos que estão ampliando o controle sobre grandes áreas do Iraque e da Síria.
O presidente deixou claro que busca apoio dos parlamentares para usar ativos militares e de inteligência a fim de ajudar aliados na região a confrontar os militantes do Estado Islâmico (EI), grupo anteriormente chamado de Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), que continua ganhando território e novos recrutas. “Eu pedirei ao Congresso para garantir que eles entendam e apoiem o que é o nosso plano”, disse Obama em entrevista ao programa “Meet the Press”, da rede de televisão NBC, que foi gravado ontem e veiculado hoje.
Antes do discurso, o presidente se reunirá com líderes do Congresso de ambos os partidos na terça-feira na Casa Branca para discutir as alternativas disponíveis para combater o Estado Islâmico. Obama acabou de voltar da Europa, onde pressionou líderes mundiais a construir uma aliança comprometida com a destruição do grupo.
Na entrevista à NBC, Obama deixou claro que ainda não tem planos de enviar tropas dos EUA para a região. Em vez disso, ele está tentando organizar uma resposta internacional em que os EUA continuariam promovendo ataques aéreos para apoiar as tropas iraquianas e curdas, ajudando a montar a estratégia militar e a equilibrar as diferenças étnicas, religiosas e políticas entre seus aliados. “As botas no chão têm que ser iraquianas”, disse Obama, argumentando que não faz sentido que as Forças Armadas norte-americanas “ocupem serialmente vários países do Oriente Médio.” E acrescentou: “Nós não temos tais recursos. Isso coloca enormes pressões sobre nossos militares.”
O presidente disse que não viu nenhuma “informação de inteligência imediata” que sugira que o Estado Islâmico possa realizar um ataque terrorista em solo norte-americano, mas afirmou que um dos objetivos de qualquer intervenção militar seria evitar que o EI se torne grande demais e convoque recrutas com capacidade de promover um ataque em território doméstico.
Os comentários de Obama na quarta-feira, um dia antes do aniversário dos ataques terroristas de 11 de setembro, devem disparar um debate no Congresso sobre o caminho que os EUA deveriam seguir. Nas últimas semanas, um coro crescente no Legislativo pressionou Obama a fornecer informações mais específicas sobre objetivos e estratégia para confrontar o Estado Islâmico. Fonte: Dow Jones Newswires.