O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, propôs um novo imposto sobre empresas do setor financeiro com mais de US$ 50 bilhões em ativos, um projeto considerado de difícil aprovação no Congresso.
Segundo a Casa Branca, a nova tributação iria desencorajar a alavancagem excessiva ao impor um imposto sobre o passivo de cerca de 100 grandes empresas financeiras, incluindo bancos, corretoras, gestoras de ativos e outras companhias. O novo imposto iria arrecadar cerca de US$ 112 bilhões em dez anos, que seriam direcionados para outras prioridades, como a diminuição da carga tributária que incide sobre trabalhadores de renda média.
“Mesmo com o fim do “grande demais para quebrar”, a alavancagem excessiva ainda cria riscos para a economia”, afirmou o Executivo em sua proposta de orçamento para o ano fiscal, que começa no segundo semestre. “O imposto é destinado a desencorajar a tomada excessiva de risco dessas empresas, cuja contribuição para a mais recente crise financeira foi essencial.”
Desde 2010, Obama propôs um aumento de imposto sobre grandes bancos em cada uma de seus projetos de orçamento. Este ano, entretanto, ele é mais amplo e atinge uma variedade maior de empresas. A retórica ao redor da proposta também mudou: ao invés de chamar a medida de “imposto sobre a responsabilidade pela crise financeira”, a Casa Branca tenta vendê-la como uma forma de complementar “outras medidas do Executivo focadas em prevenir uma futura crise financeira e tornar a economia mais resistente.”
Analistas acreditam que a proposta tem poucas chances de passar pelo Congresso, onde o partido Republicano controla as duas casas. A indústria financeira faz lobby contra ela, afirmando que o excesso de empréstimos deveria ser atacada com mais regulação, não um imposto, e que é injusto escolher um setor específico para aplicar uma nova taxação. Movimentos sociais que lutam por regras mais rígidas contra Wall Street justificam a nova taxa como um incentivo contra práticas financeiras destrutivas.
A proposta da Casa Branca seria de uma taxa de 0,07%, sobre os passivos de grandes empresas, e entraria em vigor em 1º de janeiro de 2016.
A proposta de orçamento também tenta conter esforços feitos por congressistas republicanos no sentido contrário, de afrouxar a regulamentação financeira da lei Dodd-Frank. O documento afirma que a Casa Branca irá se opor a tentativas de restringir o financiamento ao escritório de proteção ao consumidor de serviços financeiros, além de lutar contra “qualquer outra tentativa de retroceder nas reformas sobre Wall Street.” Fonte: Dow Jones Newswires.