O presidente Barack Obama, a primeira-dama Michelle Obama e cerca de 100 congressistas reúnem-se neste sábado na cidade de Selma, no Alabama, para o 50º aniversário de um marco no movimento pelos direitos civis.
Obama vai discursar durante o evento que lembra o “domingo sangrento”, o dia de 1965 em que a polícia atacou pessoas que participavam de uma passeata pelo direito ao voto.
O episódio aconteceu antes de marcha entre Selma e Montgomery, que aconteceu duas semanas depois. Os dois eventos ajudaram a impulsionar, no Congresso, a aprovação da Lei do Direito ao Voto, também naquele ano.
Milhares de pessoas participam da celebração anual do evento. Neste ano, os organizadores esperam uma quantidade ainda maior de pessoas. O ex-presidente George W. Bush também deve comparecer à celebração.
Uma delegação de congressista que incluirá o deputado democrata John Lewis, um dos integrantes da marcha que ficou seriamente ferido no episódio de 50 anos atrás. Líderes republicanos do Congresso não participarão do evento, mas o presidente da Câmara, o republicano John Boehner, divulgou um comunicado,
“Hoje, 50 anos depois do início das marchas entre Selma e Montgomery, a Câmara homenageia os bravos soldados que arriscaram suas vidas para garantir as bênçãos da liberdade para todos os norte-americanos”, diz o documento.
Mais eventos estão planejados para domingo. Veteranos líderes que lutaram pelos direitos humanos participarão de uma caminhada simbólica pela ponte Edmund Pettus Bridge, onde a polícia espancou e lançou gás lacrimogêneo os participantes da passeata em 7 de março de 1965, um violento episódio que chocou o país.
Para Obama, viagem a Selma conclui a presença do primeiro presidente negro dos Estados Unidos nos três principais eventos que lembram a luta pelos direitos civis no país.
Em 2013, Obama discursou no 50º aniversário do discurso de Martin Luther King – , aquele que começou com a célebre frase “eu tenho um sonho” – na escadaria do Memorial a Lincoln. No ano passado, ele falou durante o 50º aniversário da assinatura da Lei dos Direitos Civis pelo presidente Lyndon B. Johnson, em 1964.
Neste sábado, Obama vai liderar um tributo na ponte Edmund Pettus para lembrar o 50º aniversário do “domingo sangrento”, quando a polícia atacou as pessoas que realizavam uma passeata para protestar contra o fato de não poderem votar. O casal Obama será acompanhado por suas filhas, Malia e Sasha.
Na semana passada, Obama disse que sua família iria a Selma para homenagear aqueles que “norte-americanos que mudaram o curso da história” naquela ponte.
“Não apenas as lendas e os gigantes do movimento pelos direitos civis como King e John Lewis, mas os incontáveis heróis norte-americanos cujos nomes não estão nos livros de história, que não estão gravados no mármore, homens e mulheres comuns de todas as partes desta nação, de todas as esferas, brancos e negros, ricos e pobres, estudantes, estudiosos, empregadas domésticas, ministros, todos que marcharam e que cantaram e organizaram a mudança deste país para melhor.” Fonte: Associated Press.