As complicações do Grupo Bertin no setor elétrico não têm ramificações no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Hoje, não há empréstimos ativos entre o banco e a Bertin Energia, divisão do grupo criada em 2008. Uma conta salgada, no entanto, terá de ser quitada com o BNDES em relação às obras que o Bertin executa no Rodoanel, complexo viário que circunda a cidade de São Paulo.
O financiamento tomado no BNDES para bancar a empreitada chega a R$ 1,53 bilhão. O contrato firmado no ano passado tem carência de dois anos e 19 anos de duração. Com a Caixa Econômica Federal, foram tomados mais R$ 360 milhões, com cinco anos de carência e 19 anos para quitação.
Atraso
As obras estão atrasadas. Pelo contrato de concessão, assinado em março de 2011, o Bertin tinha três anos para entregar 43 quilômetros do trecho Leste do Rodoanel – ou seja, tudo deveria estar pronto em março deste ano. A conclusão, no entanto, ficou para setembro. Em nota, o Bertin culpou a demora na liberação das obras e negociações com outras empresas envolvidas no empreendimento.
“Houve atrasos no processo de licenciamento ambiental, necessidade de desenvolvimento de novas soluções de engenharia para enfrentar variações geológicas não previstas no edital e negociações prolongadas para aprovação dos projetos de cruzamento com outras concessionárias (linhas férreas, dutos, etc)”, justificou.
Segundo o Bertin, um trecho de 37 quilômetros foi entregue neste mês. “Se considerarmos que o início das obras deu-se em novembro de 2011, foram decorridos 31 meses para esta entrega”, informou a empresa. Os demais 6 quilômetros que faltam devem ser concluídos até setembro – da rodovia Ayrton Senna até a rodovia Presidente Dutra.
O contrato de concessão prevê uso de 30% de capital próprio e 70% em linhas de financiamento. De acordo com informações do Bertin, pouco mais de R$ 1 bilhão de capital da empresa foi desembolsado até agora. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.