Assim como no primeiro turno, as missões eleitorais da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e da União Interamericana de Organismos Internacionais (Uniore) destacaram, em relatórios divulgados hoje, a segurança das urnas eletrônicas e o trabalho do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para garantir eleições limpas e justas.
A CPLP ressaltou o "domínio perfeito da utilização das urnas eletrônicas" por parte dos brasileiros e o cumprimento de todos os procedimentos legais no processo eleitoral. "As eleições decorreram de acordo com padrões e requisitos internacionalmente aceitos", diz o relatório.
"Mais uma vez, a ROJAE-CPLP teve a oportunidade de verificar que a utilização de meios eletrônicos de votação, nas condições concretas observadas e submetidas ao processo da validação que é publicamente conhecido, revelou-se segura, confiável e credível, não suscitando reclamações suscetíveis de colocar em causa a transparência do processo eleitoral", afirmou a organização.
A Uniore "reconhece as fortalezas do sistema eleitoral brasileiro e destaca o trabalho realizado pelo TSE para assegurar eleições livres, justas e transparentes". O relatório diz que a missão "tomou conhecimento das importantes medidas tomadas pelo TSE para combater a desinformação" e que as medidas adotadas se tornaram referência para a região no combate ao fenômeno.
A missão também disse condenar atos de violência em processos democráticos, mas que os eventos ocorridos entre o primeiro e o segundo turno "não afetaram substancialmente o desenrolar normal do processo eleitoral".
A Idea Internacional, composta por ex-presidentes da Bolívia e ex-senadores do Uruguai, Paraguai e Chile, destacou a alta participação de eleitores com "aumento sem precedentes em comparação ao primeiro turno" e maior que a média regional. A organização não estava credenciada como missão de observação eleitoral, mas foi convidada para avaliar o segundo turno.
A Idea afirmou que, embora as eleições tenham ocorrido em "ambiente político complexo de preocupações democráticas e tensões múltiplas", o dia de votação foi "calmo, com respeito entre os eleitores, e os postos de votação funcionaram corretamente, de forma ordenada e fluida".
"A urna eletrônica provou mais uma vez sua segurança e rapidez no processamento dos resultados, superando o desafio de lidar com o maior registro eleitoral da América Latina, com mais de 156 milhões de eleitores", destaca o relatório.
Por fim, a Idea ponderou que o desafio para o Brasil será "reverter a deterioração dos indicadores democráticos" sofrida nos últimos anos e aumentar a participação das mulheres na política. Também afirmou ser "essencial recuperar o caráter exclusivamente civil do processo eleitoral", em crítica à participação inédita das Forças Armadas na fiscalização do pleito.