Na manhã desta quinta-feira (26) um tumulto marcou a desocupação da Escola Estadual Juvenal Ramos Barbosa, localizada no Jardim Rosa de França. Alunos contra a reorganização de salas realizaram uma votação em assembleia que decidiu pela ocupação. Pouco tempo depois, uma nova discussão com representantes do Movimento Juventude em Ação, contrário às ocupações, houve uma nova votação que encerrou o ato.
Segundo a União Paulista de Estudantes (UPES), por volta das 6h40, teve início a ocupação, que partiu dos próprios alunos. Ainda segundo a UPES, a diretoria da escola estava favorável a ocupação e não impediu que os alunos se mobilizassem.
Algum tempo após a ocupação, representantes do Movimento Juventude em Ação estiveram na escola e foram autorizados a entrar para apresentar aos alunos uma proposta diferenciada, com motivos para não haver a ocupação.
“Nós conversamos com os alunos com o intuito de permitir que toda a escola possa participar da discussão e não apenas os alunos do período da manhã”, explicou Roney Glauber Araujo, coordenador do movimento em Guarulhos.
A UPES também pode participar do debate que terminou com votos contra a ocupação. Um professor que não quis se identificar disse que o modo como foi realizada a assembleia foi favorável aos alunos, já que os dois lados puderam ser ouvidos e os alunos optaram por conta própria pela não ocupação.
Durante o tumulto, uma aluna, que estava a frente da ocupação, afirmou ter sido hostilizada por professores, funcionários e alunos.
"Eu não vim aqui de olhos vendados, eu vim até aqui bem informada e sabendo dos riscos que eu corro. Durante a nova votação me coagiram dentro da escola, funcionários me ofenderam assim como alunos, sofri uma verdadeira ditadura dentro da escola, eles tentaram de toda a forma fazer com que eu me sentisse mal”, contou a aluna.
Após a confusão a aluna foi liberada pela direção e explicou que não pretende identificar os funcionários envolvidos. “Não estou decepcionada com ninguém que votou contra minha opinião, muito pelo contrário, foi uma causa nobre, eu batalhei, fiz o que eu pude, mas o que fizeram comigo foi um desrespeito”, encerrou.
Apesar da decisão da aluna, um representante da UPES afirmou que acionará o Ministério Público através da vara da infância para que o caso seja investigado. “Vamos levar a diante a defesa da aluna, porque a partir do momento que ela é ofendida por professores, funcionários e o corpo diretor, nós ficamos preocupados com a vinda dela a escola neste cenário a UPES não vai deixar ela na mão e vai sim dar continuidade e deixar o Ministério Público apure da melhor forma possível”.