É fácil ver o quanto se empenham alguns veículos de comunicação do eixo Rio-São Paulo-Brasília em gerar amplo descrédito nos valores democráticos, instigando um crescente ódio irracional na nossa população. Parecem querer dividir-nos, quase instaurando uma guerra civil entre nós. O que deixa grande parte de nossa população inerte ante a supressão escancarada de conquistas sociais garantidas pela Constituição Brasileira, de 1988. Até onde estas mídias podem chegar mostrou, há pouco dias, o site O Antagonista, de dois raivosos jornalistas, empenhados em envenenar a atmosfera política do Brasil, ambos saídos da revista Veja: Diogo Mainardi e Mario Sabino, antigos colunista e redator-chefe da publicação.
O site sustenta campanha contra os defensores dos Direitos Humanos. E exibiu, dias atrás, a foto de um homem, sobre esta legenda: “Direitos Humanos do PCC”. Supostamente, era a imagem de um membro do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Luiz Carlos dos Santos, perseguido pela imprensa com a acusação de envolvimento com a mencionada organização criminosa. Na verdade, tratava-se de um Procurador Geral da República, homônimo daquele Luiz Carlos, responsável pelo relato geral da Comissão de Reforma do Código Penal.
O que teria levado o site à troca? “Desmazelo, malícia, indiferença ou incompetência”, avaliou o próprio procurador, no artigo que escreveu para o Justificando, portal especializado em Direito.
O que lhe aconteceu, o procurador relatou, em seguida: “A sugerida correlação entre defesa dos Direitos Humanos e crime organizado foi, de pronto, apreendida por um grande número de comentadores, dentre os milhares que curtiram ou compartilharam a postagem. Houve quem dissesse para ‘marcar bem a cara desse canalha’, outro propôs ‘chumbo nele’. Um terceiro observou que ‘terrorista bom é terrorista morto’. A foto foi reproduzida inúmeras vezes, acompanhada da acusação de ‘assassino” e da recomendação de ‘matar ele, também’. Tornei-me o terrorista, o assassino, o bandido, o que deve morrer. Quando afinal a foto foi retirada da publicação original, ela já havia se disseminado pelos mundos da internet”.
Em nenhum momento, depois disto, o site pediu desculpas ao procurador. Ao contrário, negou-se a comentar o assunto.
Será processado na Justiça, como anunciou doutor Luiz Carlos, no seu artigo. Pois, ficou claramente configurado um caso de incentivo à criminalidade. O procurador ainda acrescentou: “Tanto faz se a imagem era errada ou certa. Se era de um governador ou de um ex-governador. De um ladrão ou de um quadrilheiro. De um indigente ou de um policial”.