O presidente da Oi, Marco Schroeder, deu início à teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre do ano falando sobre o processo de recuperação judicial da companhia. O executivo, que assumiu recentemente o cargo, afirmou que a operadora sairá fortalecida desse processo.
“A Oi é uma empresa muito importante. Faremos todos os esforços possíveis para reverter a situação”, afirmou. A companhia entrou com o pedido de proteção contra credores no dia 20 de junho.
Schroeder, que assumiu o posto no lugar de Bayard Gontijo, destacou ainda a sua experiência no mercado de telecomunicações. “São 20 anos de experiência, sendo 14 anos na Oi”, disse.
O diretor de Finanças e Relações com Investidores, Flavio Nicolay Guimarães, afirmou que a decisão da companhia de pedir recuperação judicial foi tomada para preservar a continuidade da oferta de serviços aos clientes e o valor dar empresa, além de garantir nível adequado de liquidez.
“(Esse nível) Possibilitará negociar com os credores a reestruturação dos passivos de forma estruturada”, afirmou o executivo. O requerimento foi apresentado pela tele à Justiça no dia 20 de junho e o deferimento ocorreu no dia 29 do mesmo mês.
Schroeder, acrescentou que não houve impactos do processo em suas operações. Recentemente, executivos da empresa já tinham informado que as vendas e recargas não sentiram os efeitos da recuperação judicial. “(O processo) Impacta nos credores, mas o dia a dia da companhia segue normal”, disse.
Reversão
O presidente da Oi acredita que no terceiro trimestre haverá uma reversão da situação de queima de caixa da companhia. A previsão foi feita durante teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre do ano.
“Haverá o impacto da recuperação judicial, com a suspensão da amortização da dívida, além de ações que estamos tomando em termos de capital de giro e na própria operação”, afirmou. A operadora de telefonia entrou com o pedido de proteção contra credores no dia 20 de junho.
O caixa da companhia caiu de R$ 8,5 bilhões, no primeiro trimestre, para R$ 5,1 bilhões no final de junho, queda de 40,1%. No mesmo mês do ano passado, eram R$ 16,6 bilhões.
O executivo ressaltou ainda que houve questões pontuais referentes ao segundo trimestre. “Teve amortização de dívida, com pagamento de juros de R$ 1,8 bilhão. Lembro que só entramos com o pedido de recuperação judicial no final do trimestre (20 de junho). Além disso, teve o pagamento da última parcela da licença de 3G”, disse.
Mudança em lei
Em meio às discussões sobre a alteração da Lei Geral de Telecomunicações (LGT), a Oi avalia que possíveis desonerações devem suprir as eventuais necessidades de investimentos em banda larga.
“Temos estudos que mostram que se são feitas desonerações de obrigações e troca-se isso por investimentos em banda larga, se uma coisa estiver em linha com a outra, o que há hoje de carga de obrigações poderia suprir o que seria a necessidade de investimentos na política de banda larga”, afirmou o diretor de Regulamentação da Oi, Carlos Eduardo Monteiro Morais de Medeiros.
O debate prevê a mudança do modelo de concessão de telefonia fixa para o de autorização. Em contrapartida, as teles teriam que investir em banda larga.
Questionado se a Oi teria condições de fazer os investimentos, o executivo disse que ainda são necessárias definições, mas ponderou sobre a troca das obrigações pelos investimentos. “É prematuro ainda fazer afirmação de que sim ou que não, porque não sabemos ainda a dimensão dos investimentos em função do que vai ser exatamente essa política pública de banda larga”, afirmou.
O presidente da Oi, Marco Schroeder, destacou que a questão da concessão é motivo de preocupação. “Temos bastante claro que há questões que precisam ser atualizadas, existem obrigações que não fazem mais sentido, não só para a Oi como também para a sociedade brasileira como um todo”, disse.