Eleito em 2018 com mais de 9 milhões de votos, o senador Major Olimpio (SP), líder do PSL no Senado, afirmou nesta terça-feira que está sendo pressionados por colegas da Polícia Militar a ter "lealdade cega" ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e que, por isso, decidiu abandonar uma eventual candidatura ao governo de São Paulo e a política após o término de seu mandato, em 2026. O senador afirmou que Bolsonaro rompeu com ele "de forma pessoal" para "proteger filho bandido".
"Todo mundo sabe que meu sonho era disputar o governo em 2022, mas estou fora", disse Olimpio ao <b>Estadão</b>. "Não quero mais me candidatar. Estou enojado com essa situação. Policiais militares estão me cobrando lealdade cega ao presidente. Me chamaram de traíra. Não sou traíra. Quem está desviando conduta é o presidente."
A indignação do senador, que foi eleito na esteira do bolsonarismo, se difundiu entre policiais após Olimpio responder o áudio de um colega que o procurou. "Era um conversa privada, mas ele resolveu dar publicidade", disse o parlamentar. Olimpio preferiu não revelar o nome do colega, que na gravação é chamado de Azevedo. O senador ingressou na Polícia Militar há 42 anos e entrou na política tendo como base a categoria.
O motivo do rompimento com Bolsonaro, diz Olimpio, foi o fato de ele ter sido um dos senadores que assinaram o requerimento para a criação da CPI da Lava Toga. "Quem se desviou foi o presidente (Bolsonaro), que não quis que eu assinasse a CPI da Lava Toga para proteger filho bandido. Eu não tenho bandido de estimação. Isso de palavrão em reunião (ministerial) é besteira", disse Major Olímpio na gravação.
Na época, Flávio Bolsonaro, que hoje está no Republicanos, foi o único dos quatro senadores do PSL que não assinaram a petição pela abertura da comissão. A CPI era defendida principalmente por parlamentares classificados como "lavajatistas". As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>