A Organização Mundial da Saúde (OMS) anuncia nesta quinta-feira, 28, um novo plano para tentar frear o vírus Ebola, depois que o número de casos de pessoas contaminadas pelo vírus superou todas as previsões. A doença fez 1,4 mil mortos e 2,6 mil infectados. Mas esses são apenas os números oficiais.
A entidade publicará hoje uma estratégia e medidas que devem ser adotadas por todos os países afetados “para trazer um fim ao maior e mais complexo surto de Ebola da história”. Mas a OMS já admite que a epidemia pode não desaparecer antes de 2015.
A entidade já havia declarado o surto como uma emergência global. Mas nem isso parou a proliferação de casos. Um exemplo é o do Congo, o quinto país afetado. Há uma semana, a OMS se recusava a confirmar casos de Ebola. No fim de semana, o governo local anunciou que dois casos haviam sido identificados.
Nesta quarta-feira, 27, foi a vez de a OMS reconhecer que a suspeita é de que pelo menos 24 pessoas morreram contaminadas, enquanto outras 80 estão sendo mantidas em isolamento.
A entidade insiste que o surto no Congo não tem relação com o restante dos casos no Oeste da África. Mas admite que terá de reforçar os controles.
O surto no Congo teria começado com uma mulher grávida que matou um animal trazido da floresta por seu marido, no vilarejo de Ikanamongo. Ela morreu no dia 11. Quatro funcionários do hospital, incluindo um médico, morreram dias depois com sintomas similares e por causa das cerimônias religiosas para enterrar o corpo. A OMS admitiu que outras mortes foram identificadas nos dias seguintes entre os parentes da primeira vítima, funcionários da clínica e do local de funerais. Pessoas que estiveram envolvidas no enterro da mulher também acabaram morrendo.
Escolas
Enquanto isso, na Nigéria, o governo decidiu fechar todas as escolas até 13 de outubro como parte das medidas para evitar que o Ebola seja disseminado. O ano escolar deveria começar na segunda-feira. Mas antes o governo quer treinar professores para identificar eventuais casos.
Até agora, cinco pessoas morreram na Nigéria, o país com a maior população da África e onde um surto poderia significar um desafio inédito para a OMS. Para o ministro da Educação nigeriano, Ibrahim Shekarau, a região vive um “cataclismo”.
Em Serra Leoa, a OMS ainda foi obrigada a esvaziar um de seus centros, depois que um especialista senegalês foi detectado com a doença. Ele já foi levado para a Alemanha.
Air France
Apesar dos apelos recorrentes da OMS e da Organização das Nações Unidas (ONU), empresas aéreas têm suspendido de forma crescente seus voos para as regiões afetadas. A Air France, por exemplo, cancelou suas conexões para Serra Leoa, alegando uma solicitação oficial do governo francês.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.