A Organização Mundial da Saúde (OMS) relatou neste domingo que perdeu a comunicação com o Hospital Al-Shifa, no norte da Faixa de Gaza, em meio a relatos de ataques. Em nota, a organização afirmou que presume que os contatos na unidade estão fugindo da área, junto aos milhares de deslocados que buscavam abrigo no hospital. "Há relatos de que algumas pessoas que fugiram do hospital foram alvejadas, feridas e até mortas", disse no comunicado.
Nas últimas 48 horas, o maior complexo médico na Faixa de Gaza foi atacado diversas vezes, disse a organização. "Os últimos relatórios indicam que o hospital está cercado por tanques. A equipe relatou falta de água limpa e risco de que as últimas funções restantes, incluindo unidades de tratamento intensivo, ventiladores e incubadoras, logo sejam desativadas devido à falta de energia", escreveu em comunicado.
A organização pediu, novamente, um cessar-fogo imediato em Gaza e destacou que tem "graves preocupações" com a segurança dos trabalhadores de saúde, pacientes doentes e feridos, incluindo bebês em suporte de vida, e pessoas deslocadas que permanecem dentro do hospital. "A OMS também solicita evacuações médicas sustentadas, ordenadas, sem impedimentos e seguras de pacientes gravemente feridos e doentes para o Egito por meio da Travessia de Rafah. Todos os reféns devem receber cuidados médicos adequados e ser liberados incondicionalmente", afirmou em comunicado.
A Organização das Nações Unidas (ONU) classificou os ataques como "inconcebíveis" e "condenáveis". O chefe de Ajuda Humanitária e Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, disse nas redes sociais que não pode haver "justificativa para atos de guerra em instalações de saúde que as deixam sem energia, comida ou água, atirando em pacientes e civis que tentam fugir". Em comunicado, o exército israelense negou ter como alvo o Hospital Al-Shifa, alegando que mira um suposto posto de comando do Hamas, mas admitiu que há combates "ao redor" da instalação.