Internacional

Onda de calor mata mais de 600 no sul do Paquistão

Uma forte onda de calor na província de Sindh, no sul do Paquistão, deixou pelo menos 622 mortos, disseram autoridades nesta terça-feira. Os necrotérios estavam superlotados, enquanto os hospitais tentavam impedir que o número de vítimas aumente.

A maioria das mortes ocorreu em Karachi, maior cidade e polo comercial do país. Essa cidade portuária no Mar Arábico teve pelo menos 600 mortes. No fim de semana, as temperaturas atingiram 45º Celsius em Karachi. A falta de energia durante horas, algo típico no Paquistão, deixou ventiladores e aparelhos de ar-condicionado desligados.

A onda de calor representa um desafio maior por ocorrer no mês sagrado de jejuns do Ramadã, onde os muçulmanos praticantes evitam água e alimentos durante o dia.

“Nós confirmamos que 622 pessoas morreram na onda de calor em toda a província”, disse Saeed Mangnejo, o mais graduado funcionário do setor de saúde em Sindh. “Mas a mais atingida é Karachi, onde mais de 600 pessoas morreram de ataque do coração, enquanto 19 morreram em outras áreas da província”, acrescentou ele, dizendo esperar que o número suba mais.

A maioria dos mortos é de idosos, disse Seemi Jamali, porta-voz do Hospital Jinnah, de Karachi. Milhares de pessoas recebem tratamento por moléstias relacionadas ao calor, incluindo febre e desidratação, além de problemas estomacais, segundo a porta-voz. Os necrotérios estão ficando sem espaço, com emissoras locais de televisão mostrando corpos colocados nas salas resfriadas de estoque nesses locais.

O ministro-chefe provincial, Qaim Ali Shah, determinou nesta terça-feira que escolas e escritórios públicos fiquem fechados até o fim da onda de calor. Ele culpou o governo federal do Paquistão pelas mortes, dizendo que autoridades não haviam respondido a seu apelo por consertos na rede de distribuição de energia. Já o governo central culpou a administração de Karachi pelas mortes, dizendo que ela não consegue cuidar de seus próprios assuntos.

O meteorologista Abdur Rauf qualificou a onda de calor como a pior em pelo menos uma década a atingir o Paquistão. Ele disse esperar que as chuvas de monção nos próximos dias tragam alívio à área. Fonte: Associated Press.

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