Relatório divulgado nesta quinta-feira pelo Escritório das Organizações das Nações Unidas (ONU) sobre Drogas e Crime revela que a taxa de homicídios no estado de São Paulo caiu de 20,8 por grupo de 100 mil, em 2004, para 10,8 em 2009, No Brasil, a taxa de assassinatos praticamente se manteve estável entre 2001 e 2009. Para os paulistas, os números são bastante positivos. Para os brasileiros, em geral, nem tanto. Porém, difícil entender essa melhora na segurança pública quando o cidadão, cada dia mais, tem medo de sair às ruas.
O primeiro “Estudo Global sobre Homicídio” reúne dados oficiais de diversos países do mundo no ano de 2010. O relatório afirma que essa queda do número de homicídios em São Paulo é bastante considerável. Aponta essa diminuição como um exemplo, resultado de investimento em prevenção e medidas repressivas. Ora, no papel, tudo muito bonito. Porém, na prática, não é isso que o cidadão sente. Apesar de haver um registro bem menor (praticamente a metade) de mortes violentas em todo o estado, a sensação de insegurança ainda prevalece para a maioria da população. Tanto que o tema ainda aparece em pesquisas como um dos maiores problemas enfrentados pela população.
Mas por que então existe uma diferença tão grande entre a teoria e a prática? Osa números da ONU estariam errados? Não. Especialistas em segurança pública revelam que o número de homicídios diminuiu realmente, a partir de medidas mais ostensivas pelas autoridades, principalmente em áreas mais periféricas da grandes cidades, onde as taxas de violência sempre foram maiores.
Medidas como a proibição da comercialização de bebidas alcoolicas, a partir de determinados horários, com certeza contribuiram para diminuir o número de mortes.
Porém, a sensação de insegurança ainda é grande justamente em áreas onde vivem pessoas de melhor poder aquisitivo, que acabam vítimas de roubos, sequestros e assassinatos. Porém, em números menores do que aqueles registrados em áreas consideradas mais violentas. Ou seja, São Paulo pode sim servir de exemplo em queda de homicídios. Porém, em violência ainda há muito o que fazer. Talvez, ações mais efetivas principalmente no combate ao tráfico de drogas, que acaba por motivas outros tipos de crimes, são urgentes. Caso contrário, os números – frios por essência – não melhorarão em nada a sensação de insegurança que vivemos.