O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, disse, nesta quinta-feira,4, que o operador tem analisado constantemente as condições do sistema nacional e que não manterá térmicas por um tempo maior do que o necessário. Há dois anos as térmicas estão acionadas na base, inclusive aquelas com custos mais elevados.
“Estamos atentos, junto à Aneel, ao comitê de monitoramento, ao ministério (MME), e não vamos gastar um tostão a mais em segurança do que a gente deve fazer”, afirmou Chipp, que participa nesta quinta-feira do Fórum Abastecimento 2015 – Cenários e Projeções, promovido pelo Grupo CanalEnergia, em São Paulo. A necessidade de manutenção ou não das térmicas deve ficar mais clara conforme se caracterizem os volumes de chuvas no chamado período chuvoso, que vai de novembro até meados do primeiro semestre do ano seguinte.
O representante do ONS defendeu a manutenção das térmicas neste momento, mas ressaltou que também há uma preocupação de um comitê de órgãos ligados ao governo federal em relação ao custo da geração da energia. Além disso, enfatizou o resultado do último leilão A-5, o qual marcou a retomada dos projetos de térmicas a carvão e gás no Brasil. As térmicas, destacou Chipp, são fundamentais no atual modelo brasileiro, o qual se caracteriza por usinas hídricas com reservatórios menores e muitos projetos de fontes intermitentes, caso dos complexos eólicos e solares.
Manutenção
Chipp também aproveitou para comentar as declarações de alguns geradores, de que o acionamento de térmicas na base afeta o cronograma de atividades de manutenção das usinas. E ainda sugeriu que tais afirmações teriam um viés comercial. “Não há problemas, temos as manutenções normais. Vamos ver o que acontecerá agora com o PLD mais baixo”, disse.
A Aneel reduzirá o teto do preço de liquidação das diferenças (PLD) a partir de janeiro de 2015 de R$ 822,83/MWh para R$ 388,04/MWh, o que deve limitar a receita de geradores com vendas no mercado de curto prazo.