O nível de armazenamento dos reservatórios das hidrelétricas no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o principal do País, deverá alcançar o patamar de 24,7% ao final deste mês, caso confirmadas as projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O resultado representa uma queda de mais de cinco pontos porcentuais em relação ao patamar de 30,27% registrado no fechamento de agosto. O ONS também prevê que o nível de armazenamento na região Nordeste cairá dos 27,25% verificados em 31 de agosto para 21,7% em 30 de setembro.
As projeções do ONS indicam que o nível de chuvas no subsistema Sudeste/Centro-Oeste durante o mês de setembro ficará em 70% da média de longo termo (MLT), abaixo, portanto, da previsão de 85% traçada para o mês de agosto. Na região Nordeste, as previsões indicam chuvas equivalentes a 57% da MLT do mês, contra 55% da MLT em agosto.
A estimativa para a região Sul sugere energia natural afluente (ENA) proporcional a 94% da MLT, acima da estimativa de 73% de agosto. Na região Norte, a estimativa é de 76% da MLT, contra 75% da MLT em agosto.
De acordo com o ONS, as chuvas ocorridas no mês de agosto se concentraram nas bacias hidrográficas da região Sul e nas bacias dos rios Tietê, Grande e Paraíba do Sul, na região Sudeste. Para setembro, as indicações também não são favoráveis. “Preveem-se afluências abaixo da média histórica para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte, e próximas desta média para o subsistema Sul”, informou o operador.
Balanço
A situação de falta de chuvas, ainda esperada para o mês de setembro, será amenizada pela expectativa de que fraca atividade industrial ocasionará menor necessidade de carga ao longo do mês. As projeções do ONS sugerem que a carga no subsistema Sudeste/Centro-Oeste cresça apenas 0,3% na comparação entre setembro e o mês anterior.
Nas regiões Sul e Nordeste, por outro lado, a previsão de aumento de carga é mais consistente: + 1,6% e + 1,8%, respectivamente. Na região Norte, a carga estimada para o mês de setembro sugere queda de 2% em relação a agosto. “No subsistema Norte, destaca-se a redução acentuada da carga de um consumidor livre do ramo de metalurgia durante o ano em curso, contribuindo para a variação negativa da carga no mês de setembro”, citou o ONS em relatório.
O mesmo documento sugere que o Custo Marginal de Operação (CMO), indicador utilizado como balizador do preço de liquidação das diferenças (PLD) deve manter tendência de maior estabilidade ao longo do mês de setembro, em patamar próximo a R$ 720/MWh.