A Organização das Nações Unidas reduziu sua estimativa de crescimento para a economia global neste ano, dizendo que sua previsão anterior de crescimento de 3,1% em 2015 foi cortada e agora o mais provável é que ele fique em 2,8%.
O relatório semestral Situação e Perspectivas para a Economia Mundial, divulgado hoje, mostra que a redução reflete a piora na América Latina em particular, com a região lidando com os preços mais baixos de commodities.
No geral, a previsão é de crescimento global modesto no restante deste ano e no seguinte. Em 2016, pode haver uma melhora para um crescimento de 3,1%.
A América Latina e o Caribe devem crescer apenas 0,5% neste ano e 1,7% no seguinte, estima a ONU.
A ONU mantém um olhar cauteloso sobre a mudança aguardada para o futuro na política monetária dos Estados Unidos, quando o Federal Reserve “deve começar a elevar a taxa de juros no segundo semestre de 2015”, bem como com a incerteza em relação ao efeito da crise da dívida da Grécia e as possíveis “repercussões” de conflitos em países como o Iêmen, a Síria e a Ucrânia.
“No caso do Iêmen”, diz o relatório, “a principal fonte de risco é o possível fechamento dos Estreitos de Bab el-Mandeb, usados por navios-tanque para transportar petróleo para fora da região do Golfo”.
Em várias partes do mundo, a queda nos preços do petróleo e de outras commodities afetou os países cujas economias se baseiam em grande medida deles, enquanto as nações importadoras de commodities se beneficiam, podendo comprar mais com menos dinheiro. Os preços do petróleo devem se recuperar lentamente, segundo o relatório.
A Rússia foi duramente atingida pela queda nos preços do petróleo. A economia do país deve encolher 3% neste ano e crescer apenas 0,1% em 2016.
O relatório diz que o crescimento da Índia deve superar o da China neste ano e no seguinte. A Índia deve crescer 7,6% neste ano e 7,7% no seguinte, enquanto a China deve avançar 7% e 6,8%, respectivamente.
Os Estados Unidos, o Japão e a União Europeia estão com desempenho mais modesto. Os EUA devem crescer 2,8% neste ano e 2,7% no seguinte, o Japão deve avançar 1,2% e 1%, respectivamente, enquanto a UE deve crescer 1,9% neste ano e 2,1% no próximo.
Entre os países em desenvolvimento, o crescimento médio deve ficar em 4,4%.
O relatório aponta que muitos países ainda enfrentam freios consideráveis, legados da crise financeira global. A criação de empregos ainda é fraca, com uma preocupação especial para o desemprego entre os jovens, que está a uma taxa global de 13%, segundo a estimativa, três vezes mais alta que a taxa geral, com os mais jovens “desproporcionalmente afetados pela crise financeira”.
A África como um todo deve crescer 4,0% neste ano e 4,8% no seguinte. Uma grande parte da revisão para baixo, nesse caso, se deve ao caso da Líbia, que segue enfrentando uma guerra civil, aponta o relatório. Fonte: Associated Press.