Internacional

ONU denuncia 700 mortes no Mediterrâneo nos últimos dias

Setecentos refugiados e imigrantes podem ter morrido nos últimos dias, tentando chegar até a Europa. Os dados foram anunciados neste domingo pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados, alertando que desde o fechamento da rota entre a Turquia e a Grécia, o número de pessoas tentando sua sorte via Líbia e Itália aumentou. Com dias de temporais pela Europa, o resultado foi o naufrágio de diversas embarcações.

A crise migratória europeia ganhou um novo capítulo depois que Bruxelas e o governo da Turquia assinaram um acordo para frear o fluxo de estrangeiros entrando no bloco europeu. Mas os problemas não desapareceram. Segundo a ONU, naufrágios foram registrados na quarta, quinta e sexta-feira.

“A situação é caótica”, disse o porta-voz da ONU, Federico Fossi. “Não temos certeza sobre os números, mas acreditamos que cerca de 700 pessoas tenham morrido”, disse. “Nunca saberemos o número exato e nem a identidade dessas pessoas”, lamentou Carlotta Sami, porta-voz do Alto Comissariado da ONU.

Mas, para a entidade Médicos Sem Fronteira, o número de mortes pode ter chegado a 900. A primavera no hemisfério norte havia dado um novo impulso à onda de pessoas tentando cruzar o Mar Mediterrâneo, principalmente em embarcações precárias e organizadas por grupos criminosos a partir da Líbia.

Na quarta-feira, cerca de cem pessoas morreram, contra mais de 550 no dia seguinte depois que um barco saindo do porto de Sabratha naufragou. Na sexta-feira, outra embarcação com 135 pessoas também saindo da Líbia não chegou a seu destino. Dessa, 45 pessoas foram resgatadas com vida.

O fluxo de barcos também tem exigido uma maior operação por parte da marinha italiana, depois que o país voltou a ser a principal rota para entrar na Europa. Apenas no sábado, 600 pessoas foram resgatadas de barcos à deriva. Em apenas uma semana, a frota europeia pelo mar socorreu pelo menos 13 mil imigrantes e refugiados, um dos maiores números já registrado.

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