A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) vê como positivos os resultados divulgados recentemente das vacinas contra a covid-19, e espera contar com mais de um imunizante em sua estratégia para vacinar a região. Além da eficácia, a organização avalia fatores como logística, preço e métodos como importantes, no que as produções recentes da AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford e a russa Sputnik V oferecem vantagens.
A iniciativa Covax "trabalha com vários produtores, teremos as vacinas mais adequadas", afirmou o diretor assistente da OPAS, Jarbas Barbosa, em coletiva de imprensa nesta quarta, 25. Em dezembro, "os países já devem ter a sua disposição as ofertas dos produtores", projetou. O diretor estimou em 20% a média de pessoas nos grupos prioritários para imunização em cada país, com cerca de 3% nas linhas de frente, em especial profissionais da saúde, e 17% de idosos e pessoas do grupo de risco.
Barbosa ressaltou o perigo da desinformação nas Américas, e afirmou que a OPAS está realizando um trabalho conjunto para ampliar a transparência sobre a vacinação nos países. O diretor indicou que há um projeto de apoio da instituição à vacinas em estágios iniciais em Cuba e no Brasil.
Um dos grandes focos da coletiva foi a preocupação com o vírus durante as festas de final de ano. "Teste é importante, mas temos de tomar cuidado com falsa sensação de segurança", afirmou Barbosa, que ressaltou que as pessoas devem continuar seguindo as recomendações locais de profilaxia.
Sobre casos, indicou aumento nas Américas, incluindo em alguns estados brasileiros, e com os Estados Unidos sendo o "motor" das infecções. O aumento do número de contaminações em alguns departamentos uruguaios foi apontado como sinal de como a doença pode se desenvolver rapidamente, já que o país é visto como referência na contenção.