A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) espera que, nas próximas semanas, vacinas contra a covid-19 sejam liberadas pela Organização Mundial da Saúde para a iniciativa Covax. O processo é "rápido e já está em negociação", afirmou nesta quarta-feira, 2, em entrevista coletiva o diretor-adjunto da Opas, Jarbas Barbosa.
Segundo o diretor, a "produção de vacinas é limitada e a prioridade deve ser de grupos de riscos" durante a imunização. Idosos, pessoas com comorbidades e profissionais da saúde devem fazer parte de uma "primeira fase" das campanhas.
Barbosa destacou que Pfizer está desenvolvendo caixas específicas para facilitar o armazenamento de suas vacinas, o que, em conjunto com órgãos públicos, pode ajudar na disponibilidade do imunizante, que demanda recursos escassos para refrigeração.
A Pfizer é um das produtoras com as quais a Covax espera contar na Covax. Barbosa afirmou que 37 países da região entraram na iniciativa, e que dez dos mais vulneráveis não pagarão por vacinas, dentre eles Bolívia, Haiti e pequenas nações caribenhas. O Brasil está no grupo de 27 que terão de pagar por imunizantes, ainda que a Covax busque condições mais favoráveis.
O diretor para Doenças da Opas, Marcos Espinal, fez uma alerta ao fato de que "muitos países estão usando antibióticos indiscriminadamente" no tratamento contra a covid-19, o que leva ao risco de desenvolvimento de "superbactérias". O diretor afirmou que os medicamentos devem ser ministrados em casos específicos, já que, no geral, a maioria das infecções pela covid-19 não tem antibióticos com eficácia.