O secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Mohammad Senusi Barkindo, discutirá na próxima semana a possível participação da Rússia na iniciativa do grupo de cortar sua produção, disse uma fonte próxima ao assunto. A notícia vem a público no momento em que o cartel busca fortalecer o acordo fechado na Argélia.
Na semana passada, os países da Opep concordaram em cortar entre 300 mil e 700 mil barris por dia de sua produção para reduzir o excesso de oferta global. O grupo controla cerca de um terço da produção de petróleo no mundo, mas disse que países de fora da Opep precisam se unir ao esforço.
Barkindo planeja se reunir com o ministro da Energia russo, Alexander Novak, para “consultas” no intervalo de uma evento sobre energia em Istambul, disse a fonte. A Rússia, que não faz parte da Opep, raramente se une aos esforços para impulsionar os preços e mais recentemente disse que o controle seria difícil, porque grande parte de seu setor não está sob controle estatal. A produção russa de petróleo tem estado em patamares recordes ou perto disso e o governo depende muito da receita com a commodity. Mas o presidente russo, Vladimir Putin, já disse que seu país deveria avaliar se poderia se unir aos esforços para limitar a produção.
Na terça-feira, o ministro do Petróleo da Venezuela, Eulogio del Pino, disse que a Opep também mantém “discussões ativas” com Omã e Azerbaijão, que não integram a Opep. Segundo o venezuelano, só o esforço de fora da Opep poderia representar outros 500 mil barris por dia a menos no mercado. Já o iraniano Hossein Kazempour, representante de seu país na Opep, disse esperar que as nações de fora da Opep reduzam sua oferta em 300 mil barris por dia.
Barkindo também deve se reunir em Istambul com o ministro da Energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, para determinar quanto o reino deve produzir, segundo fontes. Em agosto, o país produziu 10,6 milhões de barris por dia, perto do seu recorde.
O vice-príncipe saudita Mohammed bin Salman autorizou o pacto com a Opep, segundo as fontes, e inclusive deu aval para um acordo com o rival Irã sobre o tema. O regime saudita deseja, porém, lutar para manter sua fatia de mercado e precisa da receita com a commodity para seguir com a guerra no Iêmen e financiar projetos domésticos. Fonte: Dow Jones Newswires.