Dirigentes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) planejam discutir nesta quarta-feira uma proposta que iria cortar a produção do cartel em 350 milhões de barris ao longo de um ano, ou em quase 1 milhão de barris por dia, segundo pessoas que tiveram acesso às tratativas.
A Arábia Saudita se ofereceu para ficar com boa parte do corte, reduzindo em 400 mil barris por dia sua produção dos níveis recordes de alta de 10,6 milhões de barris por dia em agosto, segundo as fontes. Com isso, a produção saudita ficaria próxima do nível registrado em janeiro e Riad concordaria em congelar a oferta nesse nível durante um ano, de acordo com as fontes.
A proposta daria ao Irã um pouco mais de espaço para elevar a produção, mas exigiria que ele congelasse a oferta em 3,7 milhões de barris por dia. Atualmente, o país persa produz 3,6 milhões de barris por dia. O Irã tenta elevar sua produção para mais de 4 milhões de barris por dia e retomar fatia de mercado perdida no período em que sofreu com sanções ocidentais por seu programa nuclear.
A proposta teria de ser reconfirmada em seis meses, o que permitiria que ela fosse interrompida mais cedo se as condições do mercado mudassem, disseram as fontes ouvidas. A iniciativa poderia ainda ser discutida entre Arábia Saudita e Irã já na tarde desta terça-feira na Argélia, segundo as fontes.
Divergências entre os dois rivais impediram acordos anteriores. Dirigentes da Opep advertiram que a reunião desta quarta-feira é informal e deve apenas fornecer um marco para algum acordo posterior.
As fontes disseram que a proposta tem a intenção de realizar uma mudança dramática no quadro. Caso fosse implementada, as fontes dizem que seria retirado petróleo suficiente para que estoques fossem reduzidos, já que eles aumentaram no período em que os barris estavam em patamar barato. Fonte: Dow Jones Newswires.