Economia

Opep não deve congelar produção após reação no petróleo, dizem analistas

Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) se reúnem nesta quinta-feira, em Viena. De acordo com analistas, o grupo não deve decidir agora por um congelamento na produção, já que os preços da commodity têm reagido.

O cartel deve manter sua estratégia de produzir a custo baixo, afirmou Gordon Kwan, diretor de pesquisa em petróleo e gás da Nomura. O declínio recente na produção nos Estados Unidos e na China começou a restaurar o equilíbrio mundial entre oferta e demanda, o que compensou o aumento na produção da própria Opep. “Nós não achamos mais que a Opep precise congelar a produção para que os preços do petróleo reajam, especialmente quando o consumo global do petróleo continua a atingir máximas históricas”, afirmou o economista.

Além disso, Kwan acrescenta que o mercado deve estar à espera do relatório mensal de empregos dos Estados Unidos, que sai nesta sexta-feira, em busca de pistas sobre quando o Federal Reserve, o banco central norte-americano, decidirá elevar os juros. Um aperto monetário nos EUA deve impulsionar o dólar, o que torna o petróleo mais caro para os detentores de outras moedas e reduz a demanda. Por isso, uma alta nos juros pelo Fed pode desacelerar a recuperação nos preços.

O diretor da Prestige Economics, Jason Schenker, afirmou que a reunião da Opep desta semana deve acabar sem qualquer acordo para redução da produção dos membros do grupo. Esse fato, para ele, pode pressionar os preços para baixo, especialmente dependendo dos dados desta semana da China e dos EUA.

Na avaliação da JBC, com o mercado gradualmente se reequilibrando, a Opep “poderia reforçar sua relevância como uma força estabilizadora do mercado”, ao retomar seu papel como agente potencial importante para determinar os níveis de oferta.

Segundo Grace Liu, diretora de pesquisas na corretora Guotai Junan International, há pouca razão para a Opep controlar a produção agora. “A economia global está melhorando e o crescimento na demanda por petróleo está se saindo melhor que o esperado”, afirmou ela. A economista diz que, como os preços do petróleo ainda estão baixos, há pouco incentivo para elevar a produção para muitos dos atores do mercado. “Nós vemos que o equilíbrio entre oferta e demanda no mercado do petróleo já começou a mudar desde o segundo trimestre”, afirmou.

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