O Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) prevê que o Brasil eleve sua produção de líquidos, que inclui biocombustíveis, em 100 mil barris por dia (bpd), para 3,7 milhões de bpd, segundo relatório mensal divulgado nesta terça-feira. Para 2023, a previsão também é de crescimento, de 200 mil bpd, para 3,9 milhões de bpd.
De acordo com o cartel, o crescimento deste ano é devido à produção acima do esperado em outubro. Já em 2023, a oferta de petróleo bruto deve aumentar através da produção nos campos de Mero (Libra NW), Búzios (Franco), Tupi (Lula), Peregrino, Sépia, Marlim e Itapu (Florim).
"No entanto, espera-se que a manutenção offshore cause interrupções nos principais campos", pondera a organização.
<b>Atividade</b>
No relatório, a Opep elevou sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2022, de 1,5% a 2,4%. Já para o ano que vem, em 2023, a projeção foi mantida: crescimento de 1,0%. As informações estão no relatório mensal do cartel, divulgado há pouco.
De acordo com a instituição, o Brasil se recuperou fortemente. "Durante a maior parte de 2022, a atividade econômica do Brasil surpreendeu positivamente, apoiada em parte por medidas fiscais pré-eleitorais combinadas com preços mais altos das commodities."
No entanto, o cartel pondera que, com base em indicadores econômicos recentes, a tendência econômica ascendente pode começar a desacelerar.
Para a Opep, o ano de 2023 será marcado por mudanças econômicas e políticas decorrentes da mudança "para um governo, que prometeu gastos sociais significativamente maiores". "O ceticismo em torno da política e das condições fiscais de curto prazo também gera incertezas significativas para os investidores e afeta os mercados de ativos", argumenta.
Assim, a Opep acredita que o crescimento potencial no próximo ano pode vir na forma de inflação mais lenta, política monetária mais frouxa, condições de mercado de ativos mais fortes e confiança empresarial otimista. Porém, "as preocupações com gastos mais pesados, que podem levar a uma política monetária mais restritiva, pode pesar sobre as perspectivas de investimento privado e manter as taxas de crescimento do Brasil abaixo dessas expectativas", pondera.