A Polícia Federal cumpre nesta terça-feira oito mandados de busca e apreensão na sede do consórcio encarregado das obras da Área Norte do Complexo Esportivo de Deodoro, na zona oeste do Rio de Janeiro, segunda principal área de competições dos Jogos Olímpicos deste ano.
Segundo nota da Polícia Federal, investigações apontam fraudes no transporte de entulho da obra, com falsificação de documentos e superfaturamento. Também foram detectados indícios de falsificação nos registros dos volumes de resíduos das obras de construção civil, que são transportados do local das obras e, depois, depositados em um bota-fora no município de Duque de Caxias (RJ).
As despesas referentes à tarifa de disposição de resíduos da construção civil no local licenciado também não foram pagas. Os mandados são cumpridos também em duas empresas prestadoras de serviço para o consórcio Complexo Deodoro, formado pelas empresas Queiroz Galvão e OAS.
Em nota, o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle (MTFC) – antiga Controladoria-Geral da União (CGU) – informou que “a operação objetiva desarticular uma ação criminosa que resulta em desvio de recursos públicos nas obras”. Em razão das irregularidades detectadas nas obras do complexo, a 3ª Vara Criminal Federal determinou, em março deste ano, bloqueio de R$ 128,5 milhões que seriam destinados ao pagamento do Consórcio Complexo Deodoro.
“A simulação de despesa de transporte de resíduos das obras, com a falsificação de documentos públicos e a oneração de custos incidentes sobre as obras olímpicas, representa um prejuízo potencial de R$ 85 milhões aos cofres públicos”, afirmou o MTFC.
Além da PF e do ministério, participam da Operação Bota-Fora a Receita Federal e o Ministério Público Federal.