O presidente nacional do PT, Rui Falcão, classificou nesta quarta-feira, 28, como uma “arbitrariedade” a operação de busca e apreensão na empresa do filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Zelotes. Ele lembrou que, apesar de grandes empresas estarem sendo investigadas, um dos poucos alvos foi a companhia do filho do petista.
“Tem um monte de tubarão e você vai correr atrás de um peixinho”, afirmou em entrevista coletiva na sede nacional do PT, na capital federal, após reunião da Executiva Nacional do partido. Ele afirmou que nesta quinta-feira, 29, no encontro do Diretório Nacional do PT, deverá haver manifestações em defesa de Lula, mas não haverá um agravo formal, pois Lula “não está agravado”.
“Vamos mencionar a agressão”, afirmou Falcão. De acordo com ele, há uma campanha da mídia, da oposição e de setores conservadores contra o PT, Lula e a presidente Dilma Rousseff. O petista informou que a presença de Dilma no encontro amanhã ainda não está confirmada.
A Operação Zelotes realizou busca e apreensão na empresa LFT Marketing Esportivo, pertencente a seu filho Luís Cláudio. A Polícia Federal investiga fraudes em julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda, e, na nova etapa, investiga incentivos fiscais a favor de empresas do setor de automóveis, como a CAOA e MMC Automotores.
Como revelou o jornal O Estado de S.Paulo no início do mês, a empresa de Luís Cláudio recebeu pagamentos de Mauro Marcondes, apontado como lobista investigado por supostamente negociar a edição e aprovação da Medida Provisória 471 durante o governo Lula. A norma prorrogou incentivos fiscais para o setor automotivo. Luis Cláudio, que também é dono da empresa Touchdown, confirma o recebimento de R$ 2,4 milhões por serviços prestados.
Impeachment
Rui Falcão disse também ter “certeza” que o impeachment da presidente Dilma Rousseff não vai se concretizar. Segundo ele, não há embasamento jurídico para o pedido de afastamento protocolado pela oposição, que usa como justificativa a prática das chamadas “pedaladas fiscais” pelo governo Dilma tanto em 2014 quanto em 2015. Segundo ele, o PT não se preocupa com o parecer.