O Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de São Paulo (CIRA/SP) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (27), a Operação Poço de Lobato, voltada a desarticular um amplo esquema de fraude fiscal no setor de combustíveis. A ofensiva envolve um dos maiores grupos empresariais do país e tem como objetivo combater sonegação, ocultação de patrimônio e irregularidades na cadeia de distribuição.
O CIRA é composto pelo Governo do Estado, Secretaria da Fazenda e Planejamento (Sefaz-SP), Procuradoria-Geral do Estado (PGE/SP) e Ministério Público de São Paulo (MPSP), que atuam de forma integrada para rastrear prejuízos aos cofres públicos.
Operação tem foco em grandes empresas;
Até o momento, não há confirmação pública de que a operação tenha cumprido mandados em Guarulhos. Os órgãos envolvidos não divulgaram a lista detalhada de endereços ou empresas investigadas, apenas que o esquema atua em larga escala e envolve estrutura empresarial com ramificações em diferentes regiões do Estado.
No entanto, pela relevância de Guarulhos no setor — com forte presença de distribuidoras, bases logísticas e grande circulação de combustíveis na Região Metropolitana — o município permanece em estado de atenção.
Embora a Operação Poço de Lobato não tenha citado a cidade até agora, Guarulhos tem histórico recente de ações relevantes no setor:
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ANP autuou postos guarulhenses em 2025, por irregularidades em bombas e falhas de qualidade.
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Operações estaduais anteriores fiscalizaram distribuidoras e comerciantes locais, incluindo a Operação Verum Intentio.
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A cidade já integrou investigações sobre adulteração e transporte irregular de combustíveis, por ser rota logística importante na Grande São Paulo.
Esses episódios fazem com que qualquer grande operação no setor acenda um sinal de alerta na cidade, mesmo sem confirmação de alvos diretos.
Como a operação impacta o mercado
A Operação Poço de Lobato mira fraudes estruturadas, praticadas por grupos empresariais de grande porte, incluindo:
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possível sonegação milionária em ICMS;
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criação de empresas de fachada;
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ocultação patrimonial via “laranjas” ou holdings;
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manipulação na cadeia de compra e venda de combustíveis.
O setor é considerado estratégico pelo Estado, pois movimenta bilhões e tem histórico de ataques que prejudicam arrecadação, consumidores e concorrência leal.


