Operação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) cumpre 20 mandados de prisão e 50 de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira, 20. Dentre os alvos, há 18 policiais militares da ativa e um policial penal que supostamente integram a organização criminosa liderada pelo bicheiro Rogério de Andrade.
A ação, realizada por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MP-RJ), teve o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MP-RJ), da Corregedoria-Geral da Polícia Militar e da Corregedoria da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (SEAP).
Segundo o MP-RJ, o Gaeco denunciou à Justiça 31 pessoas pelo crime de organização criminosa. A operação também recebeu a colaboração da Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (DC-Polinter). A defesa dos suspeitos não foi localizada pela reportagem.
"Os mandados da operação Petrorianos foram obtidos junto à 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa da Capital e estão sendo cumpridos em diversos bairros do Rio de Janeiro", disse o Ministério Público. A ação é um desdobramento da operação Calígula, deflagrada pelo Gaeco, em maio de 2022.
A SEAP acrescenta que o policial penal preso nesta quarta-feira estava inativo desde 2016. A corregedoria da pasta está acompanhando o caso e contribuirá com as investigações do Ministério Público.
A Secretaria de Estado de Polícia Militar (SEPM) também confirmou que a corregedoria interna da Polícia Militar atua em apoio à equipes do Gaeco que estão cumprindo mandados de prisão e busca e apreensão.
Em operações de combate a contravenções penais nos últimos três anos, a SEPM já apreendeu 6.300 máquinas de caça níquel, teve 2.763 presos e cerca de 800 mil reais apreendidos.
A secretaria afirma ainda que será instaurado um procedimento interno para apurar os fatos e contribuirá com as investigações do ministério público.
<b>Rogério de Andrade</b>
Andrade foi preso em agosto de 2022 em uma das fases da Operação Calígula, suspeito de chefiar uma organização criminosa que pagaria propina a policiais e integrada, entre outros, por Ronnie Lessa, preso preventivamente pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.
O bicheiro ficou no presídio de Bangu 8 até dezembro, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) substituiu sua prisão por medidas cautelares.
Ele é sobrinho de Castor de Andrade – patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel e banqueiro do jogo do bicho morto em 1997, aos 71 anos. O contraventor é apontado como herdeiro de parte dos negócios do tio no jogo do bicho e em máquinas caça-níqueis. Ele já foi acusado de crimes como formação de quadrilha, corrupção ativa e contrabando, e sofreu pelo menos dois outros atentados.