A operação realizada nesta quinta-feira, 19, contra o garimpo ilegal de manganês no Pará resultou na apreensão de um britador, máquina de grande porte usada para quebrar o minério, duas retroescavadeiras e cerca de 2.400 toneladas do minério que havia sido extraído de forma irregular.
O balanço foi divulgado pela Polícia Federal, que atuou de forma integrada com a agentes da Polícia Rodoviária Federal e da Agência Nacional de Mineração (ANM), órgão responsável pela fiscalização de atividades minerais em terras da União.
Segundo a PF, não se trata de uma ação isolada. A operação integrada deverá ser realizada de forma rotineira nos próximos meses. As ações ocorreram na zona rural, entre os municípios de Curionópolis e Marabá. Um garimpo ilegal de minério de manganês fiscalizado e interditado.
No último domingo, 15, cerca de 800 toneladas de manganês foram apreendidas pela PRF na BR-155, em Marabá. O minério estava sendo transportado de forma ilegal, num comboio de 14 carretas.
Houve uma explosão do garimpo ilegal no Pará neste ano. De janeiro a maio desse ano, segundo a PRF, foram apreendidas mais de 1,5 milhão de toneladas de minério que transitavam ilegalmente nas estradas e rodovias federais do Pará, quase o dobro apreendido no ano inteiro em 2021.
A entrada dos policiais e fiscais da ANM causou revolta em parte dos garimpeiros, que tenta bloquear as estradas de acesso até os britadores industriais usados na região.
A mineradora Vale, dona de direitos minerários em oito grandes áreas de Marabá, tenta vender esses títulos a outras empresas. Como revelou o Estadão, a Vale nunca fez extração do manganês em suas áreas, mas viu suas áreas serem invadidas nos últimos anos pela extração ilegal. Nenhuma solução concreta, porém, foi dada até hoje a essas invasões.
Hoje, a empresa tenta escapar do passivo ambiental que passou a acumular nas áreas que possui direito de mineração. Na oferta que fez a interessados no negócio, a mineradora declarou que não iria levá-los para visitas técnicas na região, por medo dos invasores.
No Brasil, estão localizadas 10% das reservas mundiais de manganês. Com esse volume, o Brasil é hoje o quarto maior mercado mundial do insumo, atrás apenas de Ucrânia, África do Sul e Austrália.