Com a mobilização de auditores fiscais federais agropecuários (affas), do Ministério da Agricultura, cerca de 5 mil contêineres estão à espera de liberação para entrada e saída do Porto de Santos, no litoral paulista, maior complexo portuário da América Latina. Segundo nota da Anffa Sindical, que representa a categoria, a fila de contêineres refere-se ao período de 50 dias de operação-padrão.
A entidade relata, ainda, a demora na emissão dos certificados que liberam o ingresso de produtos variados do Brasil, de origem vegetal e animal, no exterior.
Com a mobilização, os certificados levam até 14 dias para serem emitidos, quando normalmente são emitidos em 72 horas.
De acordo com a Anffa Sindical, outro ponto de atenção é a fiscalização dos paletes de madeira, que ajudam no transporte, manuseio, armazenagem e suporte de cargas. "Elas podem conter pragas exóticas vindas de outros países, e que muitas vezes provocam impacto nas importações de setores que não têm correlação com a agropecuária, como a indústria automotiva, química e até aeronáutica", diz a nota.
Além do impacto nos contêineres, também estão sendo afetados os navios graneleiros de trigo e fertilizantes para a importação. No caso da exportação, muitos contêineres e navios já encontram dificuldades na liberação das cargas nos países de destino, também por causa do atraso na emissão das certificações, provocando impacto no recebimento das vendas amparadas por carta de crédito.
Os auditores federais pedem reestruturação da carreira desde o fim de dezembro do ano passado. Eles reivindicam a realização de concurso público para suprir a carência de 1.620 affas no Brasil, reposição de perdas inflacionárias de mais de cinco anos e equiparação salarial com outras carreiras de auditoria e fiscalização.