O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, defendeu nesta sexta-feira, 24, que o órgão tem o papel importante de atacar o braço financeiro do crime organizado. Ele participou de coletiva de imprensa da Operação Vaporis, deflagrada hoje em São Paulo para o combate à venda de cigarros eletrônicos, e destacou que houve um aumento exponencial das apreensões desse tipo de dispositivo, proibido no Brasil.
"Estamos falando de organizações que muito provavelmente tratam de lavagem de dinheiro", disse ao falar dos valores bilionários relacionados ao comércio do produto. "Muito provavelmente se valem do lucro dessa atividade para financiar outras ações criminosas."
O secretário frisou que a Receita tem uma posição estratégica neste combate, já que sua posição no Estado brasileiro permite cruzar informações e ter inteligência o suficiente para detectar e identificar esses organismos que atuam no atacado e que são relacionados ao aspecto financeiro do crime organizado.
Os instrumentos jurídicos e financeiros à disposição do crime organizado no País, disse, são uma preocupação crescente não só da Receita, mas também do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo o secretário, no ano passado mais de 1,3 milhão de cigarros eletrônicos foram apreendidos no País, com valor superior a R$ 60 milhões. "Nos primeiros quatro meses deste ano, já foi apreendida mais da metade do número de cigarros eletrônicos apreendidos no ano passado", emendou.
A coletiva de imprensa detalhou a primeira fase da Operação Vaporis, ostensiva e com foco em distribuidoras e no varejo em lojas físicas. Com a fiscalização prevista de 32 estabelecimentos localizados na Avenida Paulista e na rua 25 de Março, a expectativa é que sejam apreendidos até R$ 10 milhões em mercadorias. A megaoperação conta com 160 servidores.
Nas próximas etapas, segundo a Receita, a operação deve abarcar também a venda pela internet.