O resultado dos PIB em esfera Municipal de 2013, divulgado no final de 2015, apresentou dados bastante interessantes em relação à posição relativa dos Municípios. Infelizmente, Guarulhos perdeu posições e saiu do 2º para o 4º posto no ranking estadual, ficando atrás de Campinas e Osasco. Em relação a Campinas, o resultado não causou grande espanto, dado que a cidade é um importante vetor do desenvolvimento tecnológico no País com serviços e indústria diversificados.
Todavia, o novo posicionamento de Osasco causou curiosidades e o aprofundamento na análise dos dados evidenciou que o resultado deve-se principalmente ao segmento de serviços bancários e tributações. Especificamente, os serviços bancários, sendo que a cidade abriga um dos gigantes neste segmento, o qual recentemente apresentou resultados superavitários de bilhões de reais.
A provocação intelectual que emergiu objetivou responder em como diminuir este descompasso e, efetivamente, viabilizar estratégias para que estes serviços bancários sejam desenvolvidos localmente e possibilitem benefícios para a população local.
Como soluções interessantes, apresentaram-se as cooperativas de crédito, as quais são pouco exploradas quando comparadas com a dinâmica econômica da cidade. Efetivamente, existem instituições idôneas e competentes, às quais dada a proximidade com a economia local, podem ofertar condições diferenciadas para o tecido empresarial e tornarem-se os operadores da máquina administrativa.
Digno de nota o fato de que os resultados de uma cooperativa de crédito ficam na própria comunidade onde desenvolve suas atividades e estão seus associados, diferentemente dos bancos, cujo lucro é contabilizado em outras cidades onde têm sede e distribuído entre seus acionistas, não raro, em outros países.
Este movimento, traria benefícios para a toda a economia local, primeiramente, melhorando os indicadores de participação do Município nas contas federais e estaduais, aumentando a receita tributária local e dinamizando a economia por meio de maior oferta de créditos. Novos produtos poderiam ser criados, respeitando as peculiaridades locais e as facilidades nas transações podem estimular os mais variados setores da economia.
Portanto, aos agentes públicos e privados cabe o desafio de incentivar a economia local, dando um voto de confiança para a sociedade civil organizada da Cidade e trazendo os movimentos financeiros para as cooperativas para a construção sinérgica de melhores condições locais.
Aarão Ruben de Oliveira é presidente da Agende (Agência de Desenvolvimento Econômico) de Guarulhos