Líderes de partidos de oposição no Congresso Nacional criticaram os vetos da presidente Dilma Rousseff à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015. Para os parlamentares, ao barrar itens como a obrigação de divulgação na internet dos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e vetar 43 pontos propostos pelo Congresso, a presidente demonstra que pretende manter a política de “quebra de braço” com o Legislativo e que não priorizará a transparência em seu segundo mandato.
Os oposicionistas atacaram a indisposição do governo Dilma para melhorar o diálogo com o Parlamento. Com uma base governista mais enxuta, os líderes Mendonça Filho (DEM-PE) e Antonio Imbassahy (PSDB-BA) preveem a derrubada dos vetos presidenciais. “Os vetos constrangem o Congresso, mas sua base aliada saberá reagir a tanta intolerância”, afirmou o tucano.
O líder do DEM na Câmara dos Deputados avaliou que a postura do Executivo incentiva o clima de conflito permanente com o Parlamento. “É um mau começo e um mau sinal para o Congresso”, concluiu o deputado.
Na avaliação de Mendonça, ao vetar a criação de um cadastro centralizado com as principais obras públicas em curso no País tocadas pelo governo federal e as empresas estatais, o Executivo impede que a população fiscalize os atos do governo. “Isso alimenta ainda mais a tese de um governo que se fecha cada vez mais para a sociedade”, concluiu.
Já Imbassahy (BA) disse que a presidente Dilma mantém a postura “antidemocrática” do primeiro governo ao “ocultar” informações e impedir que a sociedade conheça as empresas que prestam serviços ao governo. “Democracia não convive com coisa misteriosa”, declarou.
Outro ponto atacado pelo tucano foi o veto aos 10 itens propostos pelos parlamentares que não sofreriam restrições orçamentárias ao longo do ano. Na lista, estavam ações na área de segurança pública, de pesquisa e desenvolvimento e de transferências de Tecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e despesas para o enfrentamento da violência contra a mulheres. Segundo o líder, o veto reforça o “fracasso na gestão econômica” do governo Dilma Rousseff e leva a população ao “sacrifício final”.