Dezenas de milhares de manifestantes marchavam nesta quarta-feira em Caracas, enquanto a Organização dos Estados Americanos (OEA) convocou os chanceleres do continente para analisar a crise venezuelana. Um total de 19 países votaram a favor da convocação dos ministros das Relações Exteriores da OEA.
O vice-ministro venezuelano para a América do Norte, Samuel Moncada, rechaçou a resolução. Segundo ele, trata-se de uma intromissão em assuntos internos do país. “Ajuda forçada não é ajuda, é imposição”, afirmou.
Manifestantes se mobilizaram no leste e no oeste da capital hoje e tomaram a principal rodovia para marchar rumo à sede da Defensoria do Povo. Houve um alerta pela presença de um explosivo. O Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional foi ao local para desativar o artefato e desalojar o lugar, já que se tratava de uma “granada fragmentária com alcance de mais de 50 metros”, segundo autoridades.
Pouco após a marcha alcançar a rodovia, centenas de policiais e guardas nacionais começaram a lançar gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes para bloquear sua passagem. Manifestantes pediam eleição geral e a saída do presidente Nicolás Maduro.
A procuradoria-geral informou na quarta-feira sobre a morte de um jovem de 22 anos, baleado no Estado de Carabobo. Com isso, subiu para 27 o número de mortos nos protestos no país sul-americano. A tensão política já deixou também 437 feridos e levou a mais de mil prisões. Desse grupo, 65 pessoas seguem detidas e 217 terão de se apresentar em tribunais. Fonte: Associated Press.